Terapia com Amor

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ PESSOA NOVA!!!


Meus queridos companheiros desta jornada!!

Já enviei por email para alçgumas pessoas esta mensagem do meu desejo de um ANO NOVO muito MELHOR!! mas acrescento algumas reflexões para que tenhamos um ano novo melhor, em que é necessário sermos pessoas melhores. COmo disse Ghandi: "Quer que o mundo ao seu redor mude? comece por você!"
Faço aqui algumas perguntas reflexivas que penso ser primordial para vivermos como seres mais integrados:

Estás a servir o BEM? tens empatia pela dor e ou felicidade do outro? és solidário?

Estás atento pelos problemas sociais?

Tens um bom coração? tua alegria estás atrelada na alegria da humanidade?

Comemora o teu sucesso e daqueles que estão ao redor ?

Vives em paz com tua consciência pelo que fazes na tua vida?

Escutas mais que falas?

Teus pensamentos são os pensamentos que Deus teria?

Então tu realmente não só terás um lindo ano, mas uma linda VIDA a oferecer para nós!!

Muito Grata por tudo o que posso aprender contigo. Perdoe-me o que não pude fazer melhor por você, sou ainda uma aprendiz buscando me melhorar, estou ainda há anos luz de me tornar quem verdadeiramente SOU. Mas a cada momento,é um despertar e peço a você, que com sua sabedoria e amorosidade me ajude nesta caminhada neste nosso planeta TERRA.
Deus em nós é o que desejo SEMPRE para cada um, SOL nas nossas vidas !
Claudia Aguiar

domingo, 7 de novembro de 2010

Seminário: Uso e usuários de drogas


Participei do seminário do CETAD sobre o uso e usuários de drogas. A proposta de realizar um seminário como este, sempre é de bom tom e reforça a idéia da instituição de buscar melhores formas de reduzir os danos provenientes do uso das drogas.
Mas faço algumas observações do que vi e ouvi neste seminário. Os profissionais que atuam no Cetad tem na sua base a psicanálise, e portanto alguns trabalhos foram direcionados nesta ênfase o que penso que limitou outras possibilidades de ganho ao não poder se defrontar com profissionais de outras vertentes que desenvolvem trabalhos magníficos e que não tivemos a chance de experenciar (fora o último dia que não necessariamente fosse um profissional da área de saúde mental, mas um político). Falou-se de multidisciplinaridade, mas como uma forma de trazer profissionais da arte e do corpo para se enquadrar na realidade psicanalítica e transformar em atendimento.Transdisciplinaridade, não tem voz,em nenhum momento ouvi falar de ESPÌRITO. Nenhum profissional trouxe a realidade espiritual para ser introduzida no contexto drogas. Uma sensação de menos valia neste sentido. Podemos citar os trabalhos de Stanilav Groff com 5 mil casos de uso de LSD como alteração de consciência e a busca da transcendência para entendimento do uso das drogas.Em algum momento tivemos que ficar ouvindo duas palestrantes da mesa ler seus trabalhos acadêmicos onde uma delas iniciava dizendo que no CETAD já se passaram 100 mil casos de usuários de drogas e eu pensei: Como? 100 mil casos e ela está lendo sobre a psicanálise? Que desperdício!!! E faço as minhas as palavras a do DR.. Walter Forster Júnior dos Direitos Humanos de São Paulo, que muito brevemente mas sabiamente falou: “o que vale é a experiência, esta sim , tem muito o que falar, então estou aqui para falar do que vivi.”
A palestra do professor Henrique Carneiro da USP, foi de excelente qualidade , falando sobre a antropologia das drogas, o capital, a legalização, analogando o uso da bebida e suas alterações com os grandes filósofos gregos , trazendo informações preciosas históricas e com dados relevantes. Mostrando uma habilidade com a oratória e a sitematização de informações, com conhecimentos pesquisados e com um raciocínio linear. Parabéns por este profissional.
No ultimo dia, a mesa composta por Dr Alceni Guerra, Paulo Teixeira deputado de SP, e Dr Walter Forster Júnior do direitos humanos SP, poderia ter sido o melhor dia, se não fosse os intempéries de alguns e a inflação de ego de outros. Não consigo entender como um pessoa é convidada para partilhar seu conhecimento e permite, a coordenação do seminário, gerar tanto desconforto para essa pessoa. Fiquei pensando: será que a coordenação não fez uma pesquisa apurada do que o convidado iria apresentar? E quando ele expôs suas idéias, os próprios que os convidaram revidaram em criticas pesadas! Antes um dos integrantes do seminário com palavras ofensivas se dirigiu ao palestrante tentando humilhá-lo arbitrariamente. Lamentável, ninguém da coordenação não ter feito uma intervenção pacificadora.Penso que o palestrante saiu com uma imagem de uma Bahia mal educada. A pessoa mais sensata, mesmo se colocando contra os argumentos do palestrante , foi Dr Antonio Neri que citou Ruy Barbosa no que ele disse do direito de que mesmo não sendo a favor das idéias do outro , é justo o direito de expressá-las. A questão não é debater os contrários, mas desmerecer a fala do outro. Ou vão pesquisar “direitinho “ quem vão trazer e o que essa pessoa tem a oferecer e se cabe na proposta da instituição, ou traz um convidado que não comunga dos mesmos métodos de trabalho e ou raciocínio da instituição, mas se apropria a fazer intervenções pacíficas.
Achei bem interessante a fala de DR Antonio Nery e de Dr Esdra, da desdemonização dos usuários e da própria droga e o olhar humano para essas pessoas.Me pareceu Humanistas.
Bem, tudo é sempre uma oportunidade de conhecimento. Confesso que aprendi sobre muitas outras temáticas que não só sobre o uso e usuário das drogas. Com alguns , este tema foi bastante esclarecedor, com outros tive aprendizados diferentes do conhecimento humano. Mas sou sempre grata pelo que o universo me proporciona,ainda mais que o seminário foi gratuito e isto já é uma Graça(benção), mas não posso me perder da observação analítica.
Como disse Jung,
"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor."

sábado, 30 de outubro de 2010

A subjetividade das drogas


Ao ler mais uma vez uma matéria no ibahia.com, de Aninha Franco, sobre a degradação do Pelourinho em decorrência do uso de drogas, mais precisamente o crack,constato que todos ficam estarrecidos com as consequências desta devasta substância, como se o problema com as drogas fosse apenas de cunho social ou de saúde pública.
Ao longo da vida existêncial, o ser humano busca voltar a sua verdadeira essência, o Divino em si. Podemos falar dos rituais de transcedência dos indígenas, Maias, Incas, tribos africanas onde esta busca, promove nos indivíduos esse contato com o Maior. Esses sagrados rituais, tem como finalidade alterar a consciência utlizando de chás, folhas, que contém sibstâncias, onde o ser ao entrar em estado alterado de consciência, reverência o Deus que habita em si e no outro.
Os rituais , com o chamado "desenvolvimento" industrial, tecnológico, moderno, não foi cuidadosamente cultuado, ao contrário, foi relegado como menos valia,e o "desenvolvimento" se impôs na subjetividade deste indivíduo, oferecendo a ele : competição, consumo, exclusão, fragmentação, destruição ambiental,pobreza econômica, moral, cultural.
Realmente, os indivíduos não sabem mais o que fazer para entrar em contato com o seu Divino. Os rituais foram substituidos pelo CONSUMO, de drogas, roupas, status, academias, alternando a busca do preenchimemto do si mesmo , para preencher o vazio que vem de fora.Um vazio que não tem como ser preenchido, pois é intermitantemente carente de TUDO, não tem consistência, nem ALMA. O essencial foi esquecido . O mundo "desenvolveu" e se perdeu em não conseguir mais ENVOLVER uns com os outros e curar nos indivíduos o que eles tanto buscam fora : o encontro com o AMOR dentro de si.
Somos todos parte desta história, ou resgatamos a afetividade assim como todos os Avatares vieram nos alertar , mas não obtiveram tanto sucesso , ou seremos devastados pelo vazio existencial daqueles que substituíram o amor por si pelo consumo... também do crack.
Só podemos enxergar onde a luz reflete, está na hora de refletirmos a nossa luz!!
Grata, Claudia Aguiar

Notícia do ibahia por Aninha Franco:
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-2/artigo/roubo-a-prestacao-inseguranca-no-peluorinho-assusta-donos-de-estabelecimentos/

domingo, 24 de outubro de 2010

A GLÂNDULA PINEAL


Sérgio Felipe de Oliveira e a Glândula Pineal

Foi descoberto que a Glândula Pineal integra o relógio cerebral e é responsável por todos os ritmos no organismo, por exemplo: os ritmos da reprodução hormonal, do funcionamento do sistema nervoso autônomo, dos ciclos da vida até o envelhecimento, do sono e os ritmos reprodutivos, os da fome e ainda do estado de humor.

Foi descoberto também que a Glândula Pineal é um sensor magnético convertendo ondas do espectro eletromagnético em estímulo neuroquímico.

Ainda assim, o que se pensava ser uma calcificação por perda de função é, na verdade, um interessante e complexo processo de biomineralização em que são formados cristais de apatita possivelmente implicados na regulação da captação magnética.

Também, a Glândula Pineal é importante estoque de serotonina no cérebro, substância amplamente implicada nos comportamentos psíquicos. Não bastasse as importantes funções citadas, há uma regra conhecida em neuroanatomia, indicando que quanto mais irrigada por circulação sanguínea uma área do cérebro maior é sua importância e funcionamento: a Glândula Pineal é a estrutura mais irrigada do cérebro.

A Glândula Pineal deve ser o melhor laboratório de estudos da física da relação espírito-matéria, e suas propriedades de captação de ondas do espectro eletromagnético devem estar implicadas nas funções de sensopercepção mediúnica e telepática".

Dr. Sérgio Felipe de Oliveira é médico, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo- USP, presidente da AME de São Paulo - AMESP, diretor clínico do Pineal Mind Instituto de Saúde de SP e ministra curso de pós graduação lato-sensu Neuroanatomia Funcional e Transpessoal, no Pineal Mind Instituto de Saúde.

Fonte: http://somostodosum.ig.com.br/blog/blog.asp?id=09

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Descobrir-se


Claudia Aguiar
Descobrir-se

Para nascermos, alguma mulher ovulou, algum homem a inseminou e assim se forma um outro que pode ser qualquer um de nós.
A partir desta concepção, eu existo como matéria neste planeta terra. Esta existência começa a receber todas as influências que esta gestação proporciona.
Foi um filho gerado com amor? foi um descuido? estava planejado? foi rejeitado? foi aceito? foi rejeitado e posteriormente aceito?
Essas são as primeiras impressões : se sentir amado, rejeitado, confiante, confusamente nutrido pelas dualidades, tranquilo, agitado, são sensações que já começam a delinear o aparelho psíquico deste ser.
Como esta mãe esta gerando esta criança? tranquila, compreendendo o processo corporal dela, sendo amada por este companheiro, com condições materiais de sustento, uma família de apoio, bons amigos, ou foi abandonada, violentada, sem estrutura familiar, sem condições materiais, gerando medo e insegurança? tudo isto compõe o que a criança está internalizando como estrutura psíquica: calma, tranquila, amorosa, agitada, nervosa, insegura, medrosa, dependente, mal humorada, feliz, sorridente, chorosa...
A criança nasce com toda esta experiência uterina mais as suas impressões de outras vidas, que este espírito tem e que tambem veio para burilar nesta encarnação.
Nasce o ser e ele entra em contato com a sua vida social: pai, mãe, família, amigos, parentes, colaboradores, situação política, histórica, econômica e cultural. Inicia a sua segunda jornada terrena. Como foi a receptividade deste meio com esta criança? foi bem acolhida? as pessoas estavam envolvidas no seu nascimento? houve rejeição por parte de alguns, ciúmes, invejas,barulhos, agitações, alcoolismo, drogas, teve assistência médica, um lugar seguro para esta criança? assim o indivíduo vai agregando na sua formação o que é importante para constituir a sua estrutura psíquica.
Até os 8 anos, esta estrutura é sedimentada com todas essas experiências descritas acima.A criança vai estabelecer os conceitos que ela vai levar para sua vida. Se nas suas experiências, se sentiu amada, vai ofertar amor,solidariedade, amizade, se sentiu rejeitada, vai ofertar inveja, amargura, medo.
Vão ser escolhas inconscientes, pois estarão introjetados no seu psiqusismo e são pensamentos e sentimentos automáticos. O individuo vai crescendo e se alimentando dessas primeiras impressões.Algumas vezes, seu espírito, merecedor de uma vida bacana, proporciona experiências mais tranquilas,outros que precisam ser mais burilados, experencia situações mais densas, para poder ter a oportunidade de aprendizagem e superação.
Alguns, não entendem esta possibiliadade de superação , se envereda no seu processo psíquico e é engolido por ele, mantendo nas suas vidas a amargura, inveja, medo, insegurança. Outros, elaboram as suas experiências mudando paradigmas e com o poder da resiliência se descobrem melhores do que supostamente tinham se visto. capacitando dominar conteúdos até então inconscientes.
Em verdade, existem situações diversas que promovem uma variante de possibilidades com o que aprendemos em todas as nossas vidas. Vivemos fazendo escolhas que facilitam ou comprometem o nosso rumo . Quem está engolido pelo seu inconsciente, não sabe porque faz algumas escolhas lamentáveis. Quem está atento ao seu processo, consegue ir burilando seus pensamentos e sentimentos e escolhendo se sentir mais próximo do que chamo de Deus.
Terapia, um caminho para se ver próximo de quem se É.

sábado, 2 de outubro de 2010

Comer Rezar Amar - O filme



Não li o livro ,portanto o que tive contato foi com o filme e ele é uma delícia!!Além de Julia Roberts ser linda, carismática e uma competente atriz.E javier, com sua sedução latina huumm...
O filme é leve, animado, convincente que as mudanças são necessárias para o crescimento pessoal.
LIz, a personagem, faz uma caminhada de retorno para si mesmo, caminhando na direção da vida prazerosa, onde Deus está inserido em cada gesto, em cada escolha. A busca desta espiritualidade é que a motiva para entender o que a está incomodando e ao romper vínculos e rotinas já conhecidas, Liz promove na sua vida protagonizar experiências até então desconhecidas.
Apesar de ser uma mulher viajante, como ela mesmo declara: - Tenho 49 carimbos no meu passaporte, é nesta nova "viagem" que ela se propõe a descobrir quem ela é o que ela de fato necessita para viver em equílibrio. Equílibrio que no primeiro momento é confundido com ausência da pertubada paixão, e em mais um despertar, ela descobre que no quesito AMAR, é´preciso incluir o risco, para encontrar o sentido de se estar em equílibrio com a vida impermanentemente real..
Assistam e se puderem, comentem aqui!! bjs Claudia.

sábado, 18 de setembro de 2010

Teoria da Consciência



O professor Laercio é um físico, médium, e faz pesquisas com física quântica. Esta pelestra tem 14 partes nas quais ele explica como funciona a física quântica. É só acessar o you tube.Em verdade esta é a ultima parte da palestra, desde o inicio é bem interessante.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Trailer do filme ''Nosso Lar''



Claudia Aguiar
Assisti o filme Nosso Lar, inclusive seguindo orientações da espiritualidade para que a primeira semana fosse de boa repercursão ,pois assim os distribuidores tem interesse em mantê-lo em cartaz, pois o filme tem um objetivo de limpar as energias impuras terrenas e a cada sessão esta energia pode se manifestar no coração e mente dos expectadores, reverberando em uma egrégora de paz.. E assim foi para mim. Já no início do filme, tive uma sensaçaõ de reconhecimento e me senti emocionada. Não vou aqui ter uma opinião crítica do filme,pois nem esta função ocupo, mas falar do que sentir assistí-lo.
Nosso Lar nos oferece a possibilidade de repensar a vida pós morte. O que podemos encontrar no outro plano e como esta vida assemelha-se a vida terrena , mas com o valor do que é essencial: caridade, amorosidade, fé, colaboração, solidariedade, extinção do ego, paciência, escuta, atenção. O que levamos daqui de conhecimento intelectual, não tem função nenhuma se não tiver imbuído de valor espiritual, lá fica vazio, sem sentido.O ponto alto da conquista é ser um sevidor. Servir para a felicidade da humanidade.Sem o servir, só sobra o que deixamos aqui, e que para lá não tem significado.
Desapego é outro aprendizado real. Pois em ambos os planos, terrreno e astral,experenciamos partidas.Aqui, na morte, lá, na reencarnação.E é tão sofrido quanto aqui. Tem uma cena do filme em que o filho, um espírito no caminho da compreensão da luz, sente o sofrer e chora ao se despedir da sua mãe que vai reencarnar.
As mensagens são de constantes reflexões no filme todo. E apesar de parecer uma ficção, a história de André Luis, que teve uma família e que pode confirmar sua existência terrena,nos reemete a mudanças de paradigmas.
Foi um filme bem cuidado no roteiro, efeitos especiais, atores, figurino, música. Me fez sentido, ainda estou movendo as minhas reflexões. Quer fazer as suas? vá assistir o filme de coração e mente abertas, e se possível dentro desta semana de estréia.Bom retorno ao reconhecimento do Lar!

Anexo uma poesia do querido Ruy Espírito Santo, que me enviou após ter assistido o filme:

Olhos do Espírito (Saber e Acreditar...)

Saber é sentir o mais dentro

É “acordar” a criança eterna que “adormeceu” com a adolescência



Acreditar é olhar nossa imagem, narcisicamente

Com o olhar adolescente, competitivo...



Saber é olhar com a alma

Que “despertou”...



Acreditar é não olhar...

É ter olhos e não ver...



Saber é perceber com o espírito

É iniciar a jornada, na eternidade do Agora...



Acreditar é perceber com os sentidos

Buscando “segurança”...



Saber é a mudança quântica, que promove o amor

A infinda conexão com a Vida...



Acreditar é permanecer com o poder

Recluso no “ego”...



Saber é caminhar para a transcendência...

Descobrir o “kairós”...



Acreditar é ver-se como número... Mais um...

O “perder-se” na multidão...



O Saber torna consciente a espiritualidade...

Que se “encontrava” no inconsciente...



Acreditar mantém o egoísmo

Deixando a Luz sob o “alqueire”...



Saber é estar com o Criador...

É viver a Imagem e Semelhança “anunciada”...



Acreditar é estar com as próprias crenças

“Engatinhando” na adolescência da vida...



O Saber liberta

E percebemos, então, que só a Verdade nos confere a liberdade...



Acreditar mantém preso o espírito a conceitos e preconceitos

É aquilo que chamamos de “sofrimento”... Infelicidade...



Saber é encontrar a felicidade

E a Alegria, seu fruto primeiro...



Acreditar é se manter no sofrimento

Vendo-se como eterna vítima...



Saber é perceber além do olhar

È encontrar o sentido profundo da existência...



Acreditar é enxergar com os olhos

Sem nada “Ver”...



Deus sempre esteve comigo

No “dentro do dentro!”

Eu é que não sabia...

Até Sempre... Ruy

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Em busca de SER amor!


Fui assistir Roberto Crema e não podia ter outro significado que A PAZ!!!
Roberto É a paz. UM mestre encarnado, e quem se permite , pode ver este mestre SER Amor. Ao viver esta experiência, me designei um projeto ambicioso de me tornar AMOR também. Ambicioso porque a minha caminhada é tímida e ainda muito egóica.
O Mestre dos Mestres nos ensina:
Dai a outra face....amai-vos uns aos outros como vos amei....perdoai não sete , mas setenta vezes sete.......Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade, está pronto, mas a carne é fraca... na vossa paciência salvai vossas almas.....Pai, Perdoa-lhes pois não sabem o que fazem....O que queres que os homens façam por ti, faça igualmente por eles....De que vale ao homem conquistar todos os tesouros da terra e perder sua alma?
São aprendizados reais, que podem nos levar ao encontro de nós mesmos. Subi aos céus, na plenitude do amor a vida. O que é o Céu, senão o amor em si mesmo?
Que missão exigente esta de SER o amor! tão simples , mas terrivelmente ameaçadora ao ego inflado, inchado de poder e glória! Alimentando-nos de arrogância por acharmos que somos maiores do que apresentamos ser. Impedindo que a força da humildade se instale para que possamos nos reconhecer no encontro de nós mesmos e com o outro.
Por isto, decreto, Ó AMOR , sublime AMOR, abraça-nos com misericórdia e tenha pena de nós, nos atracando na sua força. Não permita que escapemos para que o ego se sustente no comando. Faça-nos afastá-lo apenas com um lampejo de consciência, assim como pediu o sábio a Alexandre o Grande na sua conquista imperiosa.
Alexandre , na sua frente perguntou ao sábio: O que posso fazer por ti, tenho o poder de satisfazer o que quiseres, e o sábio com sua conquista de ser quem é, disse: Apenas que se afaste para que eu possa receber a luz do sol.
Assim também peço:DIVINO, AFASTE meu ego e me oferte a luz do sol!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Agosto, mês dos reis e rainhas!



Claudia Aguiar
Começamos mais uma nova semana de agosto!! mês dos leoninos....indivíduos com força, postura de reis.....centro das atenções.Mas o que seria da humanidade se não existissem esses indivíduos para compor a originalidade da vida? Qual a sociedade que não elege seus reis, heróis, mestres para seguir modelos ou ser orientados por eles? É válido até o dia em que cada um possa se descobrir mestre e rei da própria história, onde o personagem principal é sempre a gente mesmo, protagonizando todas as experiências a que nos submetemos.
Somos reis e rainhas dos castelos que construímos , sejam eles realistas ou idealistas. Somos os mestres que intuitivamente reconhece a melhor escolha e sabe o caminho mais feliz para nos sentir inteiros. Somos heróis no enfrentamento de obstáculos e superação das adversidades, matando nossos dragões internos e exteriorizando em uma vida mais plena.Somos cada um, o nosso leão, faminto por viver institivamente a integração com a vida selvagem e pacífica.
As Histórias de cada um tem uma riqueza valorativa, pois extrai delas o melhor que cada um pode oferecer de si para compor as notas que vai criar a grande sinfonia que chamamos de VIDA.
Reis, rainhas, mestres, heróis e heróinas, leoninos e leoninas, fiquem atentos para a MARAVILHOSA História que cada um de vocês promovem junto a esta humanidade, e receba a minha súdita saudação por ter o privilégio de compartilhar e aprender com muitas delas.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As Nobres Mães




Claudia Aguiar
Mais uma vez me deparo com um sentimento de perda de um filho, e esta, está tão próxima...Jaci...
Quando fui tomada pelos sentimentos da perda do filho de Cissa Guimarães, pensando inclusive, como poderia ter ficado tão tocada por alguém que "aparentemente" está tão longe de mim, fisicamente, pessoalmente, socialmente,não tinha me dado conta da frase de Richard Bach" Longe é um lugar que não existe". E não existe mesmo. Pois somos todos interligados aos sentimentos universais: amor, tristeza, alegria, medo...Esta é a nossa verdadeira essência, pois é nesta essência que conseguimos aproximarnos independente de distâncias geográficas ou pessoais.
Nos sentimentos é que nos confudimos uns com os outros e podemos vislumbrar a empatia e entedemos o que se passa na vida de outro alguém.
É no sentimento que o coração pulsa, que o sangue circula, que a garganta engasga, que o estomago arde, a cabeça pesa, o pulmão entristece, os olhos lacrimejam,os músculos tensionam, o intestino empedra, e a gente sabe que estamos vivendo uma dor de alma.
Não tem palavras para amenizar a dor de uma mãe que perde seu filho, não consigo dizer NADA para Jaci, apenas que só o poder do DIVINO pode aplacar o tamanho da dor, pois ELE que nos deu a VIDA, pode mantê-la com todas as adversidades.
Só ELE pode chegar ao âmago e começar a construir um novo sentimento que dê sentido a toda a existência a que somos parte.
Meu sentimento de amor fraterno..SILÊNCIO.

domingo, 1 de agosto de 2010

Alice, o filme da busca de si mesmo



Achei legal este texto criado por Adriana Nogueira sobre a descoberta do feminino e a busca da individuação através da leitura do filme Alice no país das Maravilhas .Já assistiram? senão, seria bom que o visse para ter uma orientação a que o texto se propõe. Reproduzo-o para vcs, bjs Claudia.

Alice no País das Maravilhas: O Filme de 2010
Adriana Tanese Nogueira


Parabéns ao diretor do filme, Tim Burton. A nova Alice no País das Maravilhas tem tudo o que precisamos para dar o salto para o próximo nível psicológico da libertação da mulher. Com apurados efeitos visuais e as mudanças apropriadas à história original, esta sumariza a jornada da heroína rumo à terra das maravilhas.


Este filme lembrou-me de Yentl, um filme dos anos 80, com Barbara Streisand como principal protagonista representando uma moça judia que disfarçou-se de homem para poder seguir seu amor pelo conhecimento. Desta vez, quase trinta anos depois, o que queremos são maravilhas. Queremos frescor, supresa e encantamento. Não estamos mais satisfeitas com o velho conhecimento de sempre, que, a propósito, é feito pelos graves e rígidos estudiosos homens. Este não é o caminho feminino. Aquilo foi seu começo, a prehistória da libertação das mulheres. Para poder avançar, as mulheres agora devem libertar-se das correntes internas que as seguram, e entrar no país das maravilhas.



Vamos analisar o filme para compreender o padrão da jornada interior das mulheres.


Para começar, Alice tem um pai visionário. Como escrevi recentemente (Anima e Animus. Nossos país dentro de nós), a figura paterna representa o mundo das idéias para a garota. Tendo uma mente inventiva, o pai de Alice endossa os estranhos sonhos da filha. “As pessoas loucas são sempre as melhores”, ele acrescenta. E isto é verdade, pois as novas idéias frequentemente parecem loucuras, mas sem elas estaríamos todos ainda na Idade da Pedra Lascada. Agora, saber disso na forma de uma afirmação geral é uma coisa; outra totalmente diferente é viver esta realidade numa vida de pessoa normal. Qualquer pessoa diferente de seu ambiente sabe o quanto é difícil confiar em si e manter firme a própria visão das coisas. Assim Alice.



Não é suficiente sentir-se diferente do modelo social de um determinado momento histórico. Quando uma mulher deixa a infância e entra no mundo adulto onde ela tem que tomar decisões e definir sua vida, ter tido uma criação propícia lhe dá o forte sentimento de desconforto no assim chamado mundo “apropiado” - que é o jeito tradicional e embolorado de ser que vai adiante por inércia. Chega a hora em que uma garota precisa falar por si mesma e defender quem é.


Vamos dizer a verdade. Este é o momento de encarar o próprio mundo interior, não sonhos e fantasias, mas o real, verdadeiro e poderoso mundo interior, que clama sua existência e sua própria lógica. Sem fazer isso, a única escolha que uma mulher tem é o de encaixar-se em papeis pré-estabelecidos e desistir de sua unicidade.



Alice, que é esquisita o suficiente para seguir o coelho/sua imaginação, começa sua jornada. O processo consiste em dois aspectos interconexos: a descoberta de quem é e o tornar-se corajosa. Quem ela é significa o que ela sempre foi mas perdeu ou esqueceu por causa da ocorrência de crescer num ambiente social onde é dito às crianças como devem pensar, comportar-se e sentir. Na educação tradicional (seja na família que na escola), desenvolvimento coincide com ser formatados em moldes pré-determinados dando pouca atenção ao que a criança é dentro de si mesma. Os papeis sociais são lentos assassinos a sangue frios.


O filme mostra a dúvida a respeito de Alice: é ela a verdadeira Alice ou somente uma impostora? Este é a idéia principal como é nossa questão central na vida: somos reais? Ou só palhaços fingindo ser aquilo que exibimos a todos? Somos verdadeiros e confiáveis? Vamos conseguir?



Para ajudar Alice a encontrar a si mesma, a história desdobra-se entre medo e compaixão. Mais e mais, Alice vai se dando conta que depende dela a salvação de seus queridos, primeiro de todos o Chapeleiro Louco - a representação das idéias malucas que ela andou chocando por toda sua vida. O Chapeleiro Louco é seu Animus, que pôde existir tão colorido e imprevisível graças ao apoio do pai de Alice. E Alice precisa salvá-lo.


Isto lembra-me um sonho que eu tive nos meus primeiros anos de análise pessoal. Tinha cerca de 18 anos na época. O sonho começa comigo conversando com um rapaz perto de um carro. Depois o sigo para dentro de um edifício. Encontro-me num apartamento em andar alto, onde vive uma família normal, comum. Descubro que há um homem louco trancado no banheiro. Ele tem sido mantido lá há muito tempo. O banheiro é o lugar onde nos limpamos e descarregmos as partes de nós não quistas. Liberto o homem. Ele vai a uma janela próxima que está aberta. Ficamos lá e eu olho para ele. Ele fixa a distância, daí pega um telescópio e olha além do mar, muito além. Esta era sua loucura: ele podia ver além das interpretações e compreensões da vida superficiais. Sua vista é profunda e não convencional. Como sabemos, esta visão é altamente desconfortável para aqueles que preferem “manter quieto”, e temem perguntas.


Salvar o Chapeleiro Louco significa, para Alice, comprometer-se consigo mesma e com a tarefa que ela tem adiante: soltar sua vida de qualquer pensamento julgador. E aqui entra a diferença entre a Rainha Vermelha e a Branca. A primeira é o aspecto negativo do arquétipo da mãe, a mulher patriarcal que inflacionou sua cabeça com idéias repetitivas. Ela impõe dogmas, crenças não-questionáveis a suas crianças e a todos que estiverem à sua volta. O resultado é gente falsa e covarde. Por causa dela, o Chapeleiro é Louco e todo Animus Criativo vive trancado nos banheiros das casas das famílias respeitáveis. A Rainha Vermelha representa a consciência coletiva, com inteligência tão encolhida quanto inchados são seus pensamentos manipuladores. Ela também mostra belamente a ambiguidade do amor. Em nome do amor, escorreu sangue nas guerras e lágrimas no desespero.


A Rainha Branca, do outro lado, é simplesmente a Bruxa que desafia a histórica idéia patriarcal sobre bruxas vestidas de preto e sendo más. Ela é o Feminino não submetido à lógica patriarcal. Foi posta de lado, não destruída, mas vive num mundo separado. É aqui que Alice encontra seu tamanho certo - nem muito reduzida, nem muito inflacionada -, e suporte. Aqui é a terra que dá raízes à Nova Mulher.


Chegar à Rainha Branca não é suficiente. Falta lutar contra o monstro. Esta é uma luta real que toda mulher tem que assumir se quiser seguir sua alma. Enquanto ato real no mundo, este requer coragem. Para vencer o monstro Alice precisa da espada. Espadas são o símbolo do pensamento discriminador, uma das coisas mais preciosas que há. Sem ele, a coragem é vaidade e cegueira.


Uma garota pode instintivamente rejeitar uma situação como perigosa para sua personalidade. Entretanto, uma mulher deve ir além disso, ela precisa saber porque ela não gosta a fim de poder tomar as decisões apropriadas. Esta é a espada ao trabalho: ela distingue e separa. Torna sentimentos fortes e obscuros em idéias afiadas e em límpida visão acerca da vida. Assim fazendo, Alice encontra sua identidade e a filosofia de sua existência.


Com esta espada Alice luta contra o monstro. A face feia da consciência coletiva que impõe papeis e valores, que tenta moldar e julgar, diminuir e barganhar, manipular e destruir a criatividade. A luta com espada é diferente daquela com a clava, como as que Hércules fazia golpeando de todos os lados como um maluco (não é uma coincidência que ele ficou realmente louco numa ocasião). A espada representa uma luta sofisticada e consciente, baseada na inteligência e que também exige coragem e determinação.



Golpe final, “E corto tua cabeça,” diz Alice, baixando a espada no longo pescoço do monstro. A batalha está vencida. Agora ela está livre. Para que? Precisamente, livre de dizer não aos papeis tradicionais e livre para dar início à jornada de sua vida. Única, preciosa e totalmente individualizada. E aqui, a metamorfósis está completa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Rafael Mascarenhas



Queria muito ter escrito algo sobre a passagem de Rafael Mascarenhas.Mas fui tomada pelas minhas próprias perdas, e me enlutei junto.Chorei pela sua morte súbita e jovial. Também sei o que é ter uma relação interrompida precocemente.Assusta, se perde o chão.Ao ler esta poesia abaixo de Elisa Lucinda, transferi meus sentimentos e as transcrevo aqui.O menino se foi junto com o jovem, lá deve receber lições para se transformar em um adulto espirituoso, um anjo curador. Deus abençõe a todos que afetivamente estão vivenciando este momento(silêncio...).Claudia Aguiar




O que matou Rafael?

Estou em Paulínia e fico sabendo da notícia da morte de Rafael, filho da minha querida Cissa Guimarães. Meu coração começa a sangrar e a doer como se fosse o dela, como se a gente fosse parente e, quase como se fosse menino meu, embora nada chegue aos pés da dor dela. Claro que morrem milhares de jovens nesse país a toda hora e nem ficamos sabendo da prematura e anônima notícia, e por isso que dirão que só nos comovemos com essa perda porque é filho de artista conhecida. Ora, é e não é. Essa atenção se dá não só porque temos acesso ao fato, porque ele sai no jornal, mas principalmente porque o artista nos representa.

Cissa simboliza alguns signos: força feminina, independência, modernidade, informalidade, honestidade, uma vez que seu nome nunca esta envolvido em falcatruas, responsabilidade materna, porque todos sabem que ela criou os três filhos, sem contar seu carisma e sorriso, que desde a primeira versão do Vídeo Show, fazem dela uma espécie de gente da nossa família. Por isso nos importamos tanto, por isso dói na gente porque fica representando nossos filhos e os filhos de quem não sai no jornal. O menino dela é menino nosso.Tenho em minha mente a imagem dela lendo meu poema Chupetas, punhetas,, guitarras” no espetáculo O Semelhante. Ela adora esse poema e, como minha convidada, chorava lágrimas sinceras ao dizer os versos: ‘...faço compressas pra febre, afirmo que quero morrer antes deles....”

Por causa dessa imagem nem tive coragem de ligar para ela e, impossibilitada de dar-lhe meu abraço por estar em viagem, busquei nas palavras algum remédio que buscasse o entendimento desta tragédia. Por isso pergunto: “O que matou esse jovem de menos de vinte anos? O que lhe roubou o futuro?”. Pelo o que li e vi na TV, a impunidade integra ,de novo, o elenco da barbárie. Policiais que estavam no local, ao que parece, foram outra vez coniventes com quem desrespeita a lei que representam. Não conheço os assassinos de Rafael e nem quero aqui ser leviana, mas toda hora vejo uma legião de famílias que não prioriza o amor pelo seu semelhante no conteúdo educacional dos seus filhos. Não é só para bandido que a vida não vale nada. Não. Ela também não vale para o menino que, com o carro que talvez nem possa manter, dá cavalo de pau em um túnel fechado cuja placa de interdição ele não aceita.

Há jovens criados com a perversa ilusão de que tudo podem e que diante de seu poder e dinheiro não existem porta fechada, respeito, lei. Desde quando mataram o índio em Brasília que me caiu essa ficha:Alguém dentro de casa ensinou, através de palavras ou ações, a esses meninos infratores da classe média e da alta, que a vida não vale nada. Esse assunto tem raízes mais profundas e nos leva a questionar como estamos educando nossos filhos. Gente ou monstro? Precisamos saber se estamos educando nossos filhos dentro da cultura da paz e afinados com os Direitos Humanos. Nesse sentido entendo que violência no futebol, na escola, pegas de carros, e outras agressões no trânsito, o recorde de vendas de armas de fogo que o Brasil atingiu nos últimos anos, excesso de vaidades anabolizantes, a corrida louca pelo dinheiro e outros sórdidos sensos comuns integram para mim a cultura da guerra.

Hoje, mesmo com casamento gay, preconceitos ainda destilam suas variadas conseqüências em nosso mundo contemporâneo que ainda mata mulher por “amor”. Então que evolução é essa? A que nos convoca esse novo tempo? Por isto e para isso escrevo, meus senhores, para que não fiquem impunes os cúmplices desse crime por atropelamento, para que os pais parem de uma vez por todas de armar seus filhos por fora oferecendo-lhes carrões, cartões de crédito sem limite, nenhum juízo, e passem a amá-los por dentro mostrando todos os valores que o dinheiro e o poder não compram, mas que podem salvar uma vida.

Cissa, meu amor, quem me dera essas palavras pudessem restituir o tecido rasgado do seu peito nessa hora. Quisera poder adormecer seu coração, anestesiar o seu olhar sobretudo o que recordará a partida do seu fruto. Não posso. Só sei que o tempo fará com que, o que hoje é ausência, vire presença luminosa e eterna na sua memória e que você, o Raul e seus outros filhos construam com valentia e calma essa sublimação. Nem a morte apaga o que o amor construiu, isso eu sei. Termino essa crônica com o verso do tal poema que aqui está a serviço de seu coração generoso : “choram Meus filhos pela casa, eu sou a recessiva bússola, a cegonha, a garça, com o único presente na mão: saber que o amor só é amor quando é troca e a troca só tem graça quando é de graça.”


Beijos, sua Elisa Lucinda.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Os Meninos do Brasil



Claudia Aguiar

O poeta Moraes Moreira, nos idos dos anos 80, escreveu o seguinte trecho da letra de música Os Meninos do Brasil:
" os Amaros, Morenos e Davis, Os Pablos, Pedrinhos, todos esses guris, vão BOTAR PRÀ QUEBRAR, lá pelos anos 2000.."
O poeta na sua pureza d'alma quis profetizar para esses garotos que hoje beiram aos seus 30 anos, uma vida de sucesso e alegrias. Mal sabia ele que o termo BOTAR PRA QUEBRAR, também poderia profetizar a idéia de destruir, acabar, fragmentar o que está inteiro, como o que procede nas vidas dos que um dia foram os meninos Brunos, Alexandres,Mizaels,Carlos Eduardos(goleiros, Nardonis, Mércias, Glaucos).....
O que está acontecendo com a VIDA? o que significa a VIDA? começa aonde, a VIDA? termina? como? Alguns Meninos do Brasil estão aprendendo o que? como? para quê?
EStamos em uma era que os Meninos dos anos 80 viraram adultos, e o tempo deles serem Gente, ainda não aflorou. Alguns Meninos viraram Bestas Apocalípticas , botando pra quebrar as suas filhas, namoradas, amantes, mentores, pais, vizinhos,companheiras, sócios, ou qualquer um que interfira na realização dos seus DESEJOS pessoais.Desejos mesclados com a pseudo idéia do poder ilimitado, da realização imediata do que se quer. Só existem ELES, só desejam ELES, só podem ELES, então ELES tem a decisão da VIDA e da MORTE. O significado da vida para esses indivíduos caiu em um vazio existencial, pois Existência é um conceito que eles não alcançam.Ou existem eles, ou nada existe, e se não existe , pode ser exterminado. Quem é o outro? hã? existe algum outro que não seja eu? EU, EU,EU, EU....Narciso perde ,pois ele teve que enxergar um espelho, e esses indivíduos, não estão conseguindo nem olhar o que tem em volta deles.
Os meninos que um dia foram, devem estar trancafiados na mais longíqua couraça onde, só Deus pode agir.
DEspertemos para os novos meninos que estão sendo estruturados, pois os nossos meninos precisam de bons MODELOS, , nossos meninos estão precisando de AMOR e LIMITES, nossos meninos precisam de VALORES, nossos meninos precisam de ACOMPANHAMENTO, nossos meninos precisam de FAMÌLIA, nossos meninos precisam de ESTUDAR E BRINCAR, nossos meninos precisam de EDUCAÇÂO, nossos meninos precisam de RESPEITO, nossos meninos precisam ser ESCUTADOS, nossos meninos precisam ter a CHANCE de se transformarem em GENTE que GOSTA de GENTE.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A copa sem Pátria



Claudia Aguiar

Copa do mundo e política brasileira = fragilidade do conceito de patriotismo, de cidadania.
Encerra-se uma copa de mundo para o Brasil, com uma sensação de missão inacabada: faltou na nossa seleção, garra, coragem, patriotismo.
Brasileiros, considerados um povo amável e de sociabilidade fácil, tem dificuldade de se sentir um cidadão que está comprometido com sua pátria.
A História das outras nações, com suas árduas lutas para manter suas fronteiras protegidas das ameaças de invasões, proporcionaram aos povos, um sentido de existirem como sujeitos cidadãos de um país que lhes oferece uma condiçao social digna, que incita a populaçao a protegê-lo e admirá-lo.
Nosso Brasil foi colonizado , massacrado, escravizado,explorado, até a corte Portuguesa não sustentar a sua monárquica tirania e liberar o país para se tornar indepedente. Independente do que? de quem?
O Brasil tinha uma massa de populaçao escrava , sem qualificação, jogada na sociedade, a mercê dos trabalhos braçais e excluídos de expressividade no desenvolvimento cultural social. Do outro lado, um grupo dos brancos europeus que nos ensinou como explorar, retirar, extrair, sem beneficiar a população.
Fomos um povo criado sem pátria. Sem luta para defendê-la. E hoje, nosso povo, governado por uma política "portuguesa" de subjugação, exclusão, corrupção,, continua a alimentar a nossa fadiga patriótica.
Continuamos, como há 500 anos, sem saber o porquê que devemos lutar, nem para quê.
A bolsa-família governa o país, alimentando seu povo de inércia, e empobrecimento do exercício da dignidade cidadã.
Em verdade, até os argentinos, mesmo com sua arrogância, que tem a ver com uma estima super elevada, mostram o amor ao seu país e luta por ele. Nós, vivemos apenas a reclamar das derrotas, mas sem coragem para provocar as mudanças necessárias.
Brasil, um país de com uma enorme vastidão de riquezas.....mas que até o momento produz sujeitos colonizados, através de governantes que alimentam a nossa ignorância patriótica.
EDUCAR!!, despertar para o entendimento, esta é a mudança do sujeito que pode se descobrir cidadão. Aí sim , poderemos ter um resultado de copa, não necessariamente como campeões do mundo, mas sentirmos CAMPEÔES por existirmos como BRASILEIROS!!!

terça-feira, 22 de junho de 2010

São João, acende a fogueira do meu coração!!


Queridos companheiros de busca em acender a chama dos nossos corações!
Podemos oportunizar essas simbólicas fogueiras espalhadas pelos cantos nordestinos para acendar as nosssas chamas internas.
O momento é de uma festa fogosa,lampejante, acesa, bombástica, barulhenta, dançante, musical, flamejante, embandeirada, fantasiada, quadrilhada,ritualística, ritimica,candenciada, ensaiada. A segunda festa mais popular de uma região brasileira ! "Olha pro céu meu amor, veja como ele está lindo"..
O São joão é do Nordeste, é do povo que adora dançar, cantar e exporta alegria.
Cuidemos desta alegria compartilhada para que esta chama possa se manter acesa, antes, durante e depois de São João !!! " ôi eu tava na peneira, ôi eu tava peneirando, ôi eu tava no namoro, ôi eu tava namorando...."
FELIZ FOGO ACESO NOS CORAÇÕES!!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Meu despertar !


Claudia Aguiar

Conversando com meu filho ontem pude ter a sorte de abrir o portal da consciência e pude rever o meu estado mental.
MUITO GRATÍSSIMA A ELE !!! acho que temos uma boa sintonia de pensamento.
Como é importante o vínculo! nos proporciona confiar em alguém que a gente sabe que nos conhece e isto é riquíssimo para o ser humano.
Não tem nada mais estabilizador que partilhar com quem faz parte da nossa História de vida. É por isto que as perdas são tão dolorosas, não é só a partida do outro, mas do que cada um perde do encontro. Isto não pode ser confudido com um egoísmo, mas precisamos entender que todos os sentimentos estão dentro de cada um ,portanto a perda é sempre de si mesmo.
Me senti tão grata depois da nossa conversa , grata com meu marido, meus filhos, minha casa, minha vida, minhas possibilidades, meu servir a Deus.E ficou tão claro que a doação que faço, ela é uma obra para o Maior. Posso fazer por quem quiser, basta sentir amor incondicional, e as bençãos serão retribuidas pelo Maior.
A dificuldade do ser humano é sentir este amor incondicional que Cristo veio proclamar. Pois queremos fazer mais pelos nossos, de sangue, mas podemos ampliar a força de amar e escolher fazer por aquele que apenas necessita.Este é o servir.
Muito grata a você, meu filho, por ter sido um SOL, um instrumento, de acesso a minha consciência espiritual.

sábado, 15 de maio de 2010

FUTEBOL e PSIQUE


As torcidas organizadas seriam uma das formas que os indivíduos encontraram de reafirmação ante a destruição da identidade subjetiva e coletiva. Indiferentes ao clima do ambiente, os torcedores seguem como que tomados por uma
alegria descomunal, cantam gritos de guerra, disparam palavras de ódio contra o rival do jogo e reafirmam o sentimento de fidelidade, “amor” e confiança pelo time.
Em coro, as qualidades dos times também são exaltadas: força, energia, alegria, raça, disposição, mescladas a gritos de ódio contra a torcida concorrente.Os gritos disparados em uníssono, impressionam e chegam a contagiar. Os comportamentos nos permitem observar certa similaridade com outras festas de caráter popular onde os conteúdos predominantes são os “gritos, músicas, movimentos violentos, danças, procura de excitantes que elevem o nível vital, etc.
Enfatiza-se freqüentemente que as festas populares conduzem ao excesso, fazem perder de vista o limite que separa o lícito do ilícito”.
É com essa mistura afetiva de amor e ódio, de uma excitação prazerosa proveniente da identificação com o clube, da tensão dramatizada, que é capaz de ativar um imaginário popular adormecido. Ela recupera conflitos da dinâmica social que no cotidiano são sublimadas pelo comportamento pacífico do cidadão comum. Levanta-se a idéia da disputa entre a força, o poder econômico, contra a raça e a superação.
O furebol mexe com emoções e sentimentos individuais, transformando-os em uma grande manifestação coletiva, levando em consideração, não somente causas externas, como o contexto macro-estrutural e o padrão de sociabilidade, mas também, fatores intersubjetivos da dinâmica grupal, que levam o indivíduo a agir de forma diferente dos papéis que assume no seu cotidiano.
Uma análise interna parece ser oportuna para a introdução do que Freud (1996), chama de psicologia de massas, como sendo uma parte da psicologia social orientada para o estudo do indivíduo como membro de uma raça, nação, profissão, instituição ou como membro de uma multidão que, em ocasiões determinadas, para fins determinados se reúne para cumprir certo objetivo. Sob determinadas situações, e não outras, aparece no indivíduo um fenômeno mental que Freud classifica de instinto social, capaz de promover comportamentos peculiares para a ocasião. A este conjunto de situações e comportamentos peculiares que regulam as atividades de certos coletivos dá-se o nome de grupo psicológico:
“é um ser provisório, formado por elementos heterogêneos que por um
momento se combinam, exatamente como as células que constituem um
corpo vivo, formam, por sua reunião, um novo ser que apresenta
características muito diferentes daquelas obtidas por cada célula
isoladamente “(FREUD, 1996, p. 83).
Os individuos habitam os mais diferentes espaços da cidade, podendo ou não trazer consigo a experiência da violência familiar, social ou institucional, a desagregação da ordem instituída que resulta no comportamento transgressor e a intolerância que é cultivada na própria dinâmica social. Até consideramos que estes componentes do comportamento da torcida organizada guardam suas mediações com o contexto social mais amplo. No entanto, a observação empírica dos fatos mostra que, como membro da torcida organizada, o comportamento do indivíduo ganha contornos mais acentuados.
Entusiasmado, violento, primitivo, heróico; extremado, acrítico, espontâneo, intolerante, exagerado e com ações simples, não adere à bondade, a vê como fraqueza e exige de seus heróis a força e a violência. A noção de impossibilidade desaparece, é conservador e tem respeito ilimitado pela tradição.
A coesão grupal que sustenta estes comportamentos é garantida, segundo Freud (1996), por um instinto de harmonização com a maioria que leva os indivíduos a se contagiarem comos comportamentos do grupo. Quanto maior é o número de pessoas que repetem o mesmo comportamento, mais força o comportamento ganha. O contágio do movimento é tanto mais acentuado quanto mais simples e grosseiro este for. Assim a carga do movimento se intensifica por interação e excitação mútuas.
Freud (1996), fala que a libido é a condição necessária para a unidade do grupo. É
preciso haver confluência de energia libidinal de modo que o indivíduo se sinta mais motivado a confluir para essa energia do que opor-se a ela. Cumpre papel importante na constituição da libido a figura do líder, da idéia ou da coisa, como alguém ou algo que se transforma no próprio objeto do desejo do amor e da energia libidinal do grupo. Os laços libidinais que unem ao grupo só são rompidos em situações de pânico, quando as ordens ou as sugestões originais são substituídas pelos cuidados com a própria vida, onde “os laços mútuos deixaram de existir e libera-se um medo gigantesco e insensato” (FREUD, 1996, p. 107).
O fato é que na desintegração ocorre um afrouxamento na estrutura libidinal do grupo, o indivíduo, antes destemido diante do perigo, sozinho, acha-se envolvido num medo gigantesco ante o pânico. No pânico acontece uma situação em que o individuo é voltado a reconhecer-se como indivíduo pelo medo e pode se desindentificar da massa coletiva ou estar unido a ela pela força da coesão.

O futebol permite aos homens expressar seus sentimentos com mais facilidade do que qualquer outra atividade humana. Pelo menos este foi o resultado de uma pesquisa realizada na Inglaterra pela Fundação de Investigação da Saúde Mental.

Nada menos do que 64% dos homens entrevistados dizem que, ao ver ou jogar futebol, estão mais propensos a compartir seus sentimentos com outras pessoas do que em comparação com qualquer outra atividade.

Um número ainda mais expressivo (75%) afirmou que não vê problema algum em abraçar pessoas do mesmo sexo durante uma partida. Outros 25% dizem já ter chorado por causa do resultado de um jogo.

"É inegável que o futebol tem efeitos positivos sobre o bem-estar psicológico das pessoas. Ele aproxima os homens a partir da abertura que dá ao debate, à discussão", afirma Sandy Wolfson, chefe do departamento de psicologia da Universidade de Northumbria, em Newcastle (Inglaterra).

Além de abraçar os amigos, os entrevistados (70% deles) admitiram que os jogos os deixam preocupados, enquanto 58% detectam que ficam nervosos durante a realização das partidas.

Na pesquisa foram ouvidos 500 homens com idades entre 18 e 70 anos.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Copa do Mundo: História social e econômica do futebol brasileiro


Surgido oficialmente durante a primeira metade do século XIX, nas universidades
públicas inglesas e, praticado, sobretudo, pela juventude da crescente elite industrial britânica,o futebol ostenta hoje o status de ser a manifestação esportiva mais praticada em todo o mundo.
Enquanto fenômeno de massa, o futebol consolidou-se no Brasil durante as três
primeiras décadas do século XX, popularizando-se em todo o país a partir do eixo Rio/São Paulo, com os primeiros feitos esportivos da seleção nacional. Com o desenvolvimento posterior, os espetáculos futebolísticos foram ganhando a participação importante e singular dos chamados torcedores. Neste sentido, é possível identificarmos que o padrão de sociabilidade dos torcedores nas arquibancadas traduzia-se nas manifestações de apoio ao clube por meio das camisas, dos distintivos, das bandeiras e das manifestações de tristeza e
alegria que caracterizam a derrota ou a vitória.
A partir do final dos anos setenta, este padrão muda para a dramatização das
manifestações, que não se limitam a incentivar o clube, mas também a cobrar do clube e do time mais empenho nas situações de derrota. Neste contexto, a cena futebolística brasileira assiste, a partir dos anos oitenta, formas associativas de torcer, popularmente conhecidas nos dias de hoje como torcidas organizadas..
Porém neste primeiro estágio (1940-1970), as torcidas tinham o objetivo apenas de
incentivar o clube. Muniam-se apenas de uniformes e músicas e não tinham a forma burocratizada que as torcidas cariocas e paulistas assumiriam nos anos 80. Neste primeiro momento, as torcidas se organizavam em torno da figura do chefe ou de um torcedor símbolo que personificava a torcida.
Com o surgimento das torcidas organizadas, o comportamento dos torcedores muda substantivamente, saindo da condição de coadjuvantes e passando a dividir com jogadores e dirigentes a protagonização do espetáculo. É preciso levar em consideração o próprio contexto do Brasil nos anos 70, período que, sob a égide de um estado militar e autoritário, o futebol nacionalizou-se e internacionalizou-se, transformando-se definitivamente em mania nacional.
Transformado em mercadoria, o futebol contou com significativo investimento por
parte do Estado em estrutura de base. Pelos menos 30 estádios em todo o país foram
construídos com recursos do governo federal. Data da década de 1970 a criação da Loteria Federal e a criação do Campeonato Brasileiro de Futebol, fazendo a economia do futebol passar a representar 10% de todo o dinheiro que circulava no país.
Enquanto mercadoria espetáculo, para o consumo de massa, a partir dos anos de 1970, o futebol não só mobiliza grandes contingentes de consumidores, como também complexifica e diversifica as formas de se consumir, onde as agremiações organizadas são somente uma das facetas engendradas pela indústria do espetáculo futebolístico.
o aparelho repressivo que deu suporte ao projeto de desenvolvimento econômico do regime militar de 1964, também trouxe alterações profundas na vida política, social e cultural do Brasil. Segundo o autor, o projeto dos militares agudizou desigualdades econômicas, aviltou condições de vida, institucionalizou a violência, provocando uma desconstrução do tecido social.
A desconstrução do tecido social, ao mesmo tempo em que comprometeu as relações interpessoais, atomizou o indivíduo provocando um esvaziamento da construção de projetos coletivos, lançado-o em processos sociais pautados no vazio político, histórico e identitário.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Feliz dia das Mães!!1


Adoro os poesias de Elisa Lucinda. Acho-a irreverente, pontual, emotiva, consistente, teatral, enérgica. Presenteio as mulheres, as mães , as filhas, esta poesia abaixo que deve ser lida pausadamente , consciente de que cada estrofe traz a representação desta função materma.. Delicie-se e apresente-se, beijos, Claudia.

Chupetas Punhetas Guitarras


Choram meus filhos pela casa
Fraldas colos fanfarras
Meus filhos choram querendo
Talvez meu peito
Ou talvez o mesmo único leito
Que reservei para mim
Assim aprendi a doar com o pranto deles
Na marra aprendi a dar o mundo a quem do mundo é
A quem ao mundo pertence e de quem sou mera babá

Um dia serei irremediavelmente defasada, demodê
Meus filhos berram meu nome função
Querendo pão, ternura, verdade
E ainda possibilidade de ilusão
Meus filhos cometem travessuras sábias
No tapa bumerangue da malcriação
Eu que por eles explodi útero afora afeto a dentro
Ingiro sozinha o ouro excremento desta generosidade

Aprendo que não valho nada em mim
Que criar pessoa é criar futuro
Não há portanto recompensa, indenização,
Mesquinhas voltas, efêmeros trocos.
Choram pela casa e eu ouço sem ouvidos
Porque meus sentidos vivem agora sob a égide da alma

Chupetas punhetas guitarras
Meus filhos babam conhecimentos
Da nova era no chão de minha casa
Essa deve ser minha felicidade
Aprendo a dar meu eu,
Aquilo que não tem cópia
Tampouco similar

E o tempo, esse cuidadoso alfaiate, não me conta nada
Assíduo guardador dos nossos melhores segredos
Sabe o enredo da estória
Vai soprando tudo aos poucos e muito aos pouquinhos
Faz lembrar que meu pai também foi pequenininho
Que só por ele ter podido ser meu ontem
Só por ele ter um desesperado desejo de minha mãe
Um dia existi

Choram meus filhos pela nasa onde passeamos
Planetas e reveses
Eu escuto seus computadores e limpo suas fezes
Faço compressas pra febre,
Afirmo que quero morrer antes deles
Assino documento onde aceito de bom grado
Lhes ter sido a mala o malote a estrela guia
Um dia eles amarão com a mesma grandeza que eu
Uma pessoa que não pode ser eu
Serão seus filhos suas mulheres seus homens

Eu serei aquela que receberá sua escassa visita
Não serei a preferida
Serei a quem se agradece displicente
Pelo adianto, pela carona
De poderem ter sido humanidade
Choram meus filhos pela casa
E eu sou a recessiva bússola
A cegonha a garça
Com um único presente na mão:

Saber que o amor só é amor quando é troca
E a troca só tem graça quando é de graça.


Elisa Lucinda

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Representar



Vivemos representando na vida os papéis que nos é apresentado para atuarmos. Estamos em vários papeis no nosso dia dia. Papéis que nos fazem protagonizar enredos diferentes. Utilizamos máscaras para poder melhorar convivências, que sem usá-las poderia ser impossível. As Máscaras da vida real não são dissimulações , mas a apropriação de um papel mais cabível dentro daquele enredo. Devemos protagonizar a vida, e para isto nossa atuação depende das várias máscaras que utilizamos.
O teatro da vida faz parte da historia de cada um e a cada cenário, estamos evolvidos com personagens diferentes, que nos fazem representar papéis que muitas vezes nos surpreendem pela força da nossa protagonização. Em alguns cenários estamos protagonizando um papel, mas somos coadjuvantes daquele outro personagem que está nos sinalizando um nova atuação.
Também estamos totalmente envolvidos com o expectador, este personagem ou personagens, que aparentemente não está em foco, , mas que esta diretamente ligado a construção da cena.
E para cada cenário, para cada papel, podemos perceber que os personagens vividos tem a possibilidade de despertar em nós o sentido do viver. Nos incitando a melhorar nossas atuações na vida, a melhorar nossas relações, a superar obstáculos, que sem a experiência ativa não teria como possibilitar essas descobertas.
Quero agradecer a Sonia, Alice, Neyla, Adelia, Claudia C, Ila, Jaci, Mariana, Viviane, Karina e Zenny , Giza , Carla, por terem construídos papéis tão ricos no meu cenário de vida, onde vocês atuaram e me ofereceram a chance de representar um papel chamado: HUMILDADE. Amor para todas!!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Castelo de areia- Liberdade é CONFIAR!


Castelo de Areia


Sol a pino. Maresia. Ondas ritmadas. Na praia está um menino.

Ajoelhado, ele cava a areia com uma pá de plástico e a joga dentro de um balde vermelho. Em seguida, vira o balde sobre a superfície e o levanta.

Encantado, o pequeno arquiteto vê surgir diante de si um castelo de areia.

Ele continuará a trabalhar a tarde inteira. Cavando os fossos. Modelando as paredes.

As rolhas de garrafa serão as sentinelas. Os palitos de sorvete serão as pontes. E um castelo de areia será construído.

Cidade grande. Ruas movimentadas. Ronco dos motores dos automóveis.

Um homem está no escritório. Em sua escrivaninha, ele organiza pilhas de papel e distribui tarefas. Coloca o fone no ombro e faz uma chamada.

Como que num passe de mágica, contratos são assinados e, para grande felicidade do homem, foram fechados grandes negócios.

Ele trabalhará a vida inteira. Formulando planos. Prevendo o futuro.

As rendas anuais serão as sentinelas. Os ganhos de capital serão as pontes. Um império será construído.

Dois construtores de dois castelos. Ambos têm muita coisa em comum: fazem grandezas com pequeninos grãos...

Constroem algo do nada. São diligentes e determinados. E, para ambos a maré subirá, e tudo terminará.

Contudo, é aqui que as semelhanças terminam. Porque o menino vê o fim, ao passo que o homem o ignora.

Observe o menino na hora do crepúsculo.

Quando as ondas se aproximam, o menino sábio pula e bate palmas.

Não há tristeza. Nem medo. Nem arrependimento. Ele sabia que isso aconteceria. Não se surpreende.

E, quando a enorme onda bate em seu castelo e sua obra-prima é arrastada para o mar, ele sorri...

Sorri, recolhe a pá, o balde, segura a mão do pai e vai para casa.

O adulto, contudo, não é tão sábio assim. Quando a onda dos anos desmorona seu castelo, ele se atemoriza...

Cerca seu monumento de areia, a fim de protegê-lo.

Tenta impedir que as ondas alcancem as paredes. Encharcado de água salgada e tremendo de frio, ele resmunga para a próxima onda.

“É o meu castelo” diz em tom de afronta.

O mar não precisa responder. Ambos sabem a quem a areia pertence...

Talvez você não saiba muito sobre castelos de areia. Mas as crianças sabem.

Observe-as e aprenda. Vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança.

Quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda.

Aplauda o processo da vida, segure a mão do pai e vá para casa.

..............

A vida tem sua dinâmica própria, e obedece a leis transcendentes que nem sempre conseguimos compreender totalmente...

Mas o certo é que a roda da vida gira e nos oferece lições importantes para serem apreendidas e vividas.

Resta-nos conhecer e confiar. Observar e aprender.

Por isso, vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança.

E quando chegar a hora do pôr-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda.

Aplauda o processo da vida, segure a mão do Pai e vá para casa.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Trabalho fora, e os filhos?


Sossego é uma palavra que não existe para a mulher que tem filhos e trabalha fora de casa. Os compromissos pessoais e profissionais são muitos e nenhum pode ser deixado em segundo plano. Mas a vida dessa mulher também não precisa ser traduzida em loucura total.Desde que a mulher ingressou no mercado de trabalho, ela se tornou também uma provedora, deixando de ser apenas uma gerenciadora da casa e dos filhos.

Essa transformação exige, para começar, que o homem, se o tiver por perto, também assuma o papel de gerenciador, assim como os filhos. Esse é o primeiro passo para a mãe que é trabalhadora e acha que deve conseguir dar conta de tudo. A mulher que se queixa de estar sobrecarregada normalmente é a que centraliza todas as obrigações. Ela sai para trabalhar, cozinha, cuida dos filhos, leva para a escola, confere o dever de casa, enquanto as outras pessoas da casa ficam na folga, mesmo os filhos que não ão treinados para ter autononia , ou os pais , que se eximem das tarefas educacionais e domésticas. Esse modelo de organização familiar é insustentável.

A seguir, outras dicas vão ajudar você, mãe-profissional, a se organizar de tal maneira que consiga dar conta, sem estresse, de todos os seus compromissos.

1. Descentralize as responsabilidades O lema é "se a casa é de todos, todos devem participar". Isso mesmo! Já foi o tempo em que a mulher cuidava de tudo sozinha. Agora, com a mulher com força total no mercado de trabalho, o homem e os filhos devem fazer a sua parte. E nada de vir com aquele papo de que o marido dá uma ajudinha. O homem precisa ser corresponsável. As crianças fazem parte de uma família e de uma sociedade. Por isso, o cuidado com elas não é e não deve ser uma obrigação só da mãe. É preciso aprender a cobrar isso das outras partes, como o pai, os outros familiares, a escola, o governo.

2. Faça uma revisão sobre o cotidiano da família Agenda lotada faz parte do ritmo da vida moderna, ao qual acabamos tendo de nos adaptar. Uma boa solução para isso é cada família revisar o seu cotidiano, de forma que todas as pessoas da casa dêem conta de seus afazeres e mantenham uma boa convivência. Como podemos aproveitar o tempo que passamos juntos? Como podemos conviver da melhor forma possível com o tempo de que dispomos? E essas respostas não podem ser determinadas apenas pela mulher. É importante que todas as pessoas da família possam ter boas ideias para atingir tais objetivo. Converse com marido e filhos e façam combinações interessantes para todos, sempre visando tirar o máximo proveito dos momentos em que estão juntos. Família reunida toda noite para o jantar? Televisão somente na sala? Computador na área comum da casa? As decisões devem combinar com o estilo de cada família, mas é interessante pensar sobre elas.

3. Use mais a Internet Se a Internet facilita tantas tarefas, por que não pode facilitar a vida da mãe trabalhadora? Pois pode, e deve! Pais e filhos podem se comunicar por e-mail e por programas de mensagens instantâneas ao longo do dia, a fim de manterem um diálogo constante e elevarem a qualidade da relação. A mulher que dispõe de Internet no ambiente de trabalho pode aproveitar a ferramenta para monitorar o filho, instruí-lo, tirar dúvidas da lição de casa. É uma forma de estar presente.

4. Tenha um bom acordo com a empresa Não adianta negar. A mulher que tem filho, mesmo dividindo responsabilidades com o marido, vez ou outra terá de se ausentar do trabalho por algumas horinhas para ir às reuniões de pais, a alguma apresentação do filho, ou ainda no caso de alguma doença ou outro problema. Faz parte da vida de qualquer pessoa e muitas empresas estão conscientes disso. O importante é você se certificar de que este é o perfil de sua empresa. Há flexibilidade de horários? É possível compensar o horário ao longo da semana caso você precise chegar um dia mais tarde? Felizmente, muitas empresas estão mais preocupadas com a boa qualidade de vida familiar de seus colaboradores.

5. Faça do prazer pelo estudo uma realidade da casa. Isso vai ajudá-la a ter de cobrar menos dos seus filhos para que ele estude, faça as tarefas, ou seja, você vai poder ficar menos na cola dele e vai usar esse tempo para outras coisas. Se a criança crescer em um ambiente onde o prazer pela leitura, pelo perguntar e pesquisar é constante, provavelmente não vai precisar de um adulto no pé para fazer as tarefas da escola. Procure mostrar como descobrir coisas novas sobre o mundo que nos cerca é acima de tudo prazeroso e enriquecedor. Isso se faz no dia a dia, nas situações mais corriqueiras, e também por meio de exemplos.

6. Cuide-se! Muitas vezes a gente se esforça tanto para ser uma boa mãe, que acaba esquecendo que bom mesmo é ter uma mãe feliz e saudável. Para conseguir desempenhar todas as suas funções, de mãe, profissional, mulher, você precisar ter saúde e estar em paz consigo mesma. Por isso, cuide-se! Alimente-se bem, faça exercícios, cuide de sua aparência, faça terapia. O seu estado de espírito e a maneira como se sente poderá se refletir nas suas muitas outras atividades.

7. Dê autonomia aos filhos Uma coisa não vai mudar nunca: crianças precisam de proteção, carinho, atenção e muitos cuidados. Mas isso não quer dizer que elas sejam totalmente dependentes dos pais (tampouco da mãe). As crianças são mais capazes do que a gente imagina. Basta abrir uma conversa clara com elas para se perceber o potencial que têm para ser aproveitado. As crianças estão mais atentas e mais inseridas no mundo do que em outras gerações, quando não tinham contato com conversas de adultos, com noticiários e com tudo que a Internet e a televisão oferecem. Assim, procure escutar mais o que seu filho tem a dizer, dê a ele liberdade para resolver suas coisas, valorize as suas ideias, e veja como isso vai refletir positivamente também no seu dia a dia.

8. Mantenha a calma Não se culpe tanto, não se estresse tanto, não enlouqueça. Cobrar-se demais não leva a lugar nenhum, só a um nível de estresse que é prejudicial para a sua saúde e para as suas relações, sejam elas familiares ou profissionais. Procure resolver uma coisa por vez, e não ache que você tem de ser melhor em tudo.

9. Aproveite os finais de semana Nada de levar trabalho para casa sempre. Procure não desperdiçar as poucas horas de folga que você passa ao lado de seu filho. Nesses momentos, conversem, troquem afeto, leiam, passeiem, interajam, assistam a um bom filme, enfim, garanta a atenção que ele merece receber e que você gostaria de poder dar durante outros dias da semana, mas que nem sempre é possível.

10. Tenha sempre pessoas de sua confiança por perto- Não se trata de delegar para terceiros a Educação do seu filho, mas sim de saber que pessoas responsáveis e preparadas estão cuidando dele enquanto você e seu marido trabalham. Tenha certeza de que o colégio em que ele estuda tem bons profissionais e pessoal suficiente para cuidar de todas as crianças. Antes de matriculá-lo, visite a escola quantas vezes for necessário, até se sentir segura. Relacionar-se bem com vizinhos também pode ajudá-la num momento de apuro, como ficar presa até mais tarde no trabalho e ter de pedir para alguém buscar o seu filho na escola. Procure conhecer também os pais dos coleguinhas de seu filho. Certamente, vocês vivem situações parecidas e podem montar esquemas em que um ajuda o outro.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

INVEJA.......


A Cobra e O Vaga-Lume

Conta-se que uma cobra começou a perseguir um vaga-lume.

Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada.

No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:

Posso lhe fazer três perguntas?

- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Eu te fiz algum mal?
- Não.
- Então, por que você quer acabar comigo?

E a cobra responde:

- Porque não SUPORTO ver você brilhar...

sábado, 10 de abril de 2010

Pensa, Faça e Sinta , em uma só unidade.


Claudia Aguiar

Pensar, Sentir e Fazer. Três aspectos que o psiquiatra Pichon Riviere, da Psicologia Social, traz como estrutura de comportamento. No mundo contemporâneo ,em uma visão fragmentada , somos estimulados a focar no PENSAR. É um mundo das informações, do cientificismo.Existe uma supervalorização no ser pensante. As escolas usam na sua metodologia o pensar como pressuposto de avaliação cognitiva. O discurso é : "é um intelectual, o que sabe tudo, o que sabe raciocinar, um acadêmico, bem, são várias qualidades atribuídas para os que 'pensam". Posteriormente, há uma valorização do FAZER. Existem os hiper ativos, fazendo, fazendo, sem conectar com a qualidade de vida, com os excessos. São pessoas que estão sempre dispostas a realizar algo, a colaborar, a se dispor. Normalmente ficam fatigadas, e entram em depressão por ficarem esvaziadas por automaticamente estarem fazendo algo, mesmo por si ou pelo outro. Perdem o contato com o sentido do Fazer. E o sentir? como vive-se o sentir? Há dificuldade desta conexão. Nesta vivência fragmentada, O pensante , no seu pátrio poder do saber, desqualifica o sentimento, que pode ser considerado um aspecto "frágil". O indivíduo que sistematicamnete FAZ, não dá uma pausa para perceber quais os sentimentos que tudo isto ocasiona na sua vida. E o sentir, que é o aspecto, onde se pode vivenciar o amor e a dor, fica perdido. O sujeito não percebe o que é importante para si. Viver o sentimento se relaciona com o amor que tem pela vida. Nutrir-se de Beleza, contemplação. É a reverência pelo Divino . Sentir é AMAR. É no amor que também podemos entar em contato com a dor, pois temos parâmetro de entendimento. Não despreza nada, e sim inclui na experiência vivida. É sentir o corpo falar com prazer, pois no corpo está impresso todas as nossas sensações. O toque, o êxtase, o olhar, são formas inatas do sentir. Precisamos nos incluir no sentir. Precisamos nos deixar levar pelas sensações e perder o medo delas. O medo está fragmentando o individuo e causando depressões, stress, insônias, gastrites , doenças psicosomáticas pela desconexão do SENTIR.
Nós, sujeitos deste planeta inteiro,total, holístico, devemos também nos sentir inteiros, nos complementando e exercitando em toda experiência na vida o Pensar, O Fazer e o Sentir em uma só unidade. .

terça-feira, 6 de abril de 2010

Viver em Estado de Graça



Vivo a fazer reflexões de como sinto, penso e atuo. Peço, pois “pedi e receberás”, que me mostre como é viver em Estado de Graça. Pois na maior parte das vezes, vivemos situações de confronto ou nos deparamos com elas em outras pessoas. Então ,a dificuldade de se manter sereno vem de um ego que ainda não tem preparo para negociar os momentos de protagonização? É necessário a consciência da redenção e dar lugar ao outro, mesmo sendo este outro alguém com controle soberbo? O problema está em abrir mão da soberania egóica? É o orgulho, que impede de olhar a todos como um Deus diante de nós , e poder reverenciar , abaixando a cabeça para sentir o Deus que o outro nos apresenta? É sair das verdades absolutas? É ter humildade e compartilhar os medos que todos temos? É baixar as guardas das defesas e perceber que o medo do outro, é meu? É parar de competir a certeza de tudo? É ter grandiosidade para dar espaço , áquele que a gente pensa que insiste em sabotar o nosso? É aceitar a vida como ela se apresenta? É aceitar, acolher, as pessoas como elas se apresentam? É deixar de se enfurecer pelo que o outro é, mas facilitar o encontro? Será que Estado de Graça é aprender a FACILITAR a minha relação com o outro? Será que eu sei ? pois se ainda não sei , torno a pedir: “Deus, me promove a possibilidade de Facilitar a minha relação com todos que o Senhor coloca no meu caminho e viver em Estado de Graça, AMÉM”.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mundo: Páscoa: as muitas travessias


Resolvi postar as idéias de dois grandes pensadores: Frei Beto e Leonardo Boff. O primeiro nos traz uma páscoa política,reinvidicatória, analítica, o segundo nos pede para transcender, pois é na transcendência que descobrimos o que é essencial. Eu peço que a Vida possa se fazer presente em nós nos processos de transformação e ressurgimento do Cristo. Este Cristo que está AQUI, e que podemos vivenciá-lo em toda parte.Claudia
FELIZ PÁSCOA, boa reflexão.


Leonardo Boff *

Adital -
A Páscoa é festa central para judeus e cristãos. Ela celebra - celebrar é atualizar - para os judeus a passagem da escravidão no Egito para a terra da promissão, a passagem pelo Mar Vermelho e a passagem de massa anônima para um povo organizado. A figura de referência é Moisés, libertador e legislador, que nasceu cerca de 1250 anos antes de nossa era. Conduziu a massa para a liberdade e a fez povo de Deus.
Para os cristãos a páscoa é também passagem. Tem como figura central Jesus de Nazaré. Ela celebra a passagem de sua morte para a vida, de sua paixão para a ressurreição, do velho Adão para novo Adão, deste cansado mundo para o novo mundo em Deus.

Como em todas as passagens há ritos, os famosos ritos de passagem tão minuciosamente estudados pelos antropólogos. Em toda passagem há um antes e um depois. Há uma ruptura. Os que fazem a passagem se transformam. O rito de passagem do nascimento, por exemplo, celebra a ruptura da pertença ao mundo natural para a pertença ao mundo cultural, representado pela imposição do nome. O batismo celebra a passagem do mundo cultural para o mundo sobrenatural, quer dizer, de filho e filha dos pais para filho e filha de Deus. O casamento é outro importante rito de passagem: de solteiro ou solteira com as disponibilidades que cabem a esta fase da vida para casado com as responsabilidades que este estado comporta. A morte é outro grande rito de passagem: passa-se do tempo para a eternidade, da estreiteza espacial-temporal para a total abertura do infinito, deste mundo para Deus.


Se bem repararmos, toda a vida humana possui estrutura pascal. Toda ela é feita de crises que significam passagens e processos de acrisolamento a e amadurecimento. Tomando o tempo como referência, verifica-se uma passagem da meninice à juventude, da juventude à idade adulta, da idade adulta à velhice (hoje prefere-se terceira idade) e da velhice para a morte e da morte para a ressurreição e da ressurreição para o inefável mergulho no reino da Trindade, segundo a crença dos cristãos.

São verdadeiras travessias com riscos e perigos que este fenômeno existencial implica. Há travessias que são para o abismo, há outras que são para a culminância. Mas a páscoa traz uma novidade, tão bem intuída pelo filósofo Hegel, numa sexta-feira santa no Konvikt de Tübingen (seminário protestante) onde estudava. A páscoa nos revela a dialética objetiva do real: a tese, a antítese e a síntese. Viver é a tese. A morte é a antítese. A ressurreição é a síntese. A síntese é um processo de recolhimento e resgate de todas as negatividades dentro de uma outra positividade superior. Assim que o negativo nunca é absolutamente negativo, nem o positivo é somente positivo. Ambos se contem um ao outro, encerram contradições e formam o jogo dinâmico da vida e da história. Mas tudo termina numa síntese superior.

Talvez esta seja a grande contribuição que a páscoa judaico-cristã oferece aos que se afligem e se interrogam sobre o sentido da vida e da história. O cativeiro não tem a última palavra, mas a libertação, a morte não detém o sentido das coisas, mas a vida e a ressurreição. Assim a história estará sempre aberta. Com razão nos dizia o poeta e profeta Dom Pedro Casaldáliga: depois da síntese final da páscoa de Cristo não nos é mais permitido viver tristes. Agora a verdadeira alternativa é: ou a vida ou a ressurreição.

Páscoa: a vida como dom maior




FREI BETTO *


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Celebrar a Páscoa é reafirmar a nossa fé na ressurreição de Cristo e na própria ressurreição de todos os nossos projetos de justiça. A morte é a nossa única certeza de futuro. A postura que temos diante da morte traduz o sentido que damos à vida. Temem a morte aqueles que não conseguiram ainda imprimir à vida uma direção, uma razão de ser. Ou se apegaram demasiadamente a bens e prazeres que lhes adornam o ego.
Outrora, a morte incorporava-se ao nosso cotidiano: morria-se em casa, cercado de parentes e amigos. Em Minas, havia velório com pão de queijo e cachaça, carpideiras e proclama em postes, missa de corpo presente e despedidas no cemitério, celebração de 7º dia e luto. Em suma, celebrava-se o rito de passagem.
Hoje, o enterro tornou-se mais um produto de consumo. Morre-se clandestinamente, num leito anônimo de hospital ou em gavetas de um necrotério, como se o falecido fosse uma presença tão incômoda quanto gato em loja de cristais. Não há choro nem vela, nem fita amarela.
Em tudo, há começo, meio e fim. No entanto, nossa racionalidade, tão equipada de conceitos, esvai-se nos limites da vida. Só a fé tem algo a dizer a respeito desta fatalidade. Se Cristo não houvesse ressuscitado, afirma São Paulo, nossa fé seria vã. Mas a vitória da vida sobre a morte arranca da injustiça o troféu da última palavra. No ocaso da existência — lá onde toda palavra humana é inútil alquimia — Deus irrompe como um teimoso posseiro. E, como no amor, não há nada a dizer, só desfrutar.
Na América Latina, morre-se antes do tempo. De cada 1.000 crianças brasileiras nascidas vivas, 27 morrem antes de completar um ano. Aqui, a morte não é uma possibilidade remota. Ela nutre o sistema econômico. Sem privar milhares de brasileiros de possibilidades reais de vida, não seria possível entregar aos credores da dívida pública R$ 600 milhões por dia!
Tira-se tudo isso dos minguados salários dos trabalhadores, através de cirurgias assassinas eufemisticamente denominadas “ajustes fiscais”. Mata-se à prestação, lenta e cruelmente, como se o direito à vida fosse um luxo.
A morte é, pois, uma questão política, assim como a esperança, centrada no mistério pascal, move a nossa luta pela vida, dom maior de Deus. Ora, a ressurreição de Cristo não significa apenas que do outro lado desta vida encontraremos a inefável comunhão de Amor. Diz respeito também à vida nesta Terra. “Vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (João, 10, 10).
Não haverá vida em abundância senão pela via das mediações políticas, como a distribuição de renda, a reforma agrária, o investimento em educação e saúde. Minha generosidade pode oferecer, hoje, um prato de comida ao faminto. Amanhã ele terá fome. Só a política é capaz de acabar com o que ela também cria: a fome e a miséria. Nesse sentido, eleger candidatos empenhados “para que todos tenham vida” é um gesto pascal, ressurrecional.
Vivemos num mundo em busca de equilíbrio. Dos dois lados, Ocidente e Oriente, convivemos com fundamentalismos religiosos. Mata-se em nome de Deus. E enquanto o Ocidente sente-se no direito de ridicularizar o que o Oriente considera sagrado, o Oriente julga-se no dever de calar os profanadores pela violência. A Páscoa deve servir de momento de reflexão: que outro mundo almejamos? É possível alcançar a paz se 2/3 da humanidade vivem abaixo da linha da pobreza? O caminho da paz é a imposição das armas ou a conquista da justiça?
A Páscoa nos convida à interiorização, a meditar de olhos bem abertos. Não é lá no túmulo de Jerusalém que, agora, Jesus ressuscita. É em nosso coração, em nossa solidariedade, em nossa capacidade de enxergá-lo no próximo, em especial nos mais pobres, com quem ele se identificou (Mateus 25, 31-46). A pedra a ser retirada, para que a vida floresça, é a que pesa em nossa subjetividade, amarra-nos ao egoísmo e nos imobiliza frente aos desafios de solidariedade.

domingo, 28 de março de 2010

Isabela nos salvou?!!


Claudia Aguiar

Caso Nardoni: um capítulo na história da nossa sociedade. Claro que existem milhares de Isabelas pobres que são sacrificadas , mas que não pôde ter o olhar da sociedade. ^Mas a bela Isabela era uma menina de classe média, linda e que gerou uma comoção nesta sociedade feita por muitas pessoas desta classe e que colocaram o olhar para fora e se mobilizaram para prootestar contra este crime hediondo.
Isabela foi um instrumento de mobilização, de inquietação, de desconforto . Isabela fez as´pessoas saírem dos seus lugares e reinvindicar justiça. Isabela mostrou a força que uma sociedade unida tem para desmascarar os atos injustos, os absurdos que acontecem diante dos nossos olhos e que nos tornam passivos. Isabela teve uma missão social , provocando uma reação na asociedade que há muito não nos deparávamos.
Um preço alto, uma mãe que deve estar quebrada ao meio pela dor da crueldade daquele que ela esclheu como pai de sua filha.Contudo, o vazio exoistente , mesmo não podendo ser superado pelo ATO da Justiça,gera a possibilidade de buscar no fel, o sentido de que TODOS podemos nos olhar com respeito, com dignidade, reconhecendo que o egoísmo é bárbaro , e que onde tem AMOR, as vidas são salvas.
Meus sentimentos por Ana Carolina Oliveira , sua mãe.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Big Brother: uma reprodução da guerra...branca?


Claudia Aguiar

DE inicio quero lamentar termos perdido um grande jornalista e formador de opinião(sérias) como Pedro Bial. Ele se vendeu por meia dúzia de milhões para se tornar este sarcástico, aborrecido, manipulador apresentador de programa terrorista. Esta sombra deveria estar escondida nele no mais recôndito do seu inconsciente, para que nesta “oportunidade” , lamentavelmente possa ter surgido. Perdemos um pensante para o capitalismo bestificante, para o dinheiro fácil, para a falta de valores, para a desestrutura social vigente.

Agora ao programa: Hitler com suas torturas deve ter sido o inspirador desses roteiristas. Os participantes, na suas loucuras de fama e dinheiro se submetem a entrar no programa, expondo suas vidas, suas intimidades, suas dignidades , esquecendo até de quem é ou de quem pode ser. E os roteiristas , utilizando de suas mentes cruéis fazem essas pessoas se tornarem laboratórios humanos com toques de crueldade inadmissíveis.

Cito duas situações que deveriam inclusive serem impedidas por uma ordem judicial, assim como protegeram a menina Maisa das agruras de Silvio Santos. Primeiro é o tal do “Quarto Branco”, onde alguns dos integrantes submetem-se a ficar dentro de um espaço todo branco por alguns dias. Sem janelas ou portas, confinados no confinamento. Sabemos que isto pode provocar no individuo um grau de ansiedade tão alto que pode desencadear um surto irreversível. A primeira vez que expuseram as pessoas, o rapaz, que não lembro nome, não agüentou a pressão psicológica e pediu para sair. A idéia torturante é gerar esta ansiedade , podendo causar uma depressão e entrar em colapso.

A outra situação foi ontem 18/03, onde colocaram todos o integrantes também confinados em uma jaula com um carro do patrocinador deste programa doente dentro da jaula, e as câmaras ficavam mostrando maçantemente a marca do carro e os integrantes em torno dele. Eles teriam que se manter em pé, sem comer nem beber, sem fazer as necessidades básicas e já tinham 6 horas antes , por determinação da direção, sem se alimentarem . Dentro da jaula, os manipuladores do programa iam simular as variações da natureza: chuva fria, claro que logo após vento, gelo, e assim sucessivamente ate onde eles agüentassem ficar nesta tortura física e psicológica.Vários integrantes saíram aos prantos pois com certeza é uma situação humilhante e mexe com as defesas que as pessoas tem por si próprio.

O argumento que eles estão lá porque querem ,não pode dar respaldo a tamanhas aberrações. Todos estamos onde queremos, mas isto não dar o direito aos “donos de programa” manipuladores , aos chefes autoritários, a pais impacientes, a professores incovenientes, a governantes corruptos, a religiosos indecentes , relembrarem o tempo todo que o Holocausto de alguma forma, ainda existe.