Terapia com Amor

domingo, 15 de abril de 2012

A Pequena Alma


Esta é uma história que de forma lúdica nos faz pensar em como somos alma, e como Deus nos ofereceu a oportunidade de vivenciarmos nossas almas neste planeta Terra.
Leiam com atenção, pois mesmo sendo uma história contada, ela permite percebermos quem podemos SER.


Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus:
- Eu sei quem sou!
E Deus disse:
-Quem bom, quem é você?
E a Pequena Alma gritou:
- Eu sou Luz!
E Deus sorriu.
- É isso mesmo! - Exclamou Deus. - Você é Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.
- Uauu, isto é mesmo bom! - Disse a Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem era, não lhe chegava.
A pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era.
Então foi falar com Deus e disse:

- Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?
E Deus disse:

- Quer dizer que quer ser Quem já És?

- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo.Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a pequena Alma.

- Mas você já é Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.

- Sim, mas quero senti-lo! - gritou a Pequena Alma.

- Bem, acho que já era de esperar.Disse Deus. Você sempre foi aventureira

Depois a sua expressão mudou.
- Só que há uma coisa...
- O quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Bem, não há nada para além da Luz.Porque eu não criei nada para além daquilo que você é; por isso, não vai ser fácil experimentar-se como Quem É, porque não há nada que você não seja.

- Hã? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.

- Pense assim: você é como uma vela ao Sol. Está lá sem dúvida. Você e mais milhões, ziliões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. "Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E no entanto, como pode conhecer-se como a Luz quando está no meio da Luz - eis a questão".

- Bem, você é Deus. Pense em alguma coisa! - disse a Pequena Alma mais animada.

Deus sorriu novamente.
- Já pensei. Já que não pode se ver como a Luz quando está na Luz, vamos rodeá-la de escuridão - disse Deus.

- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.

- É aquilo que você não é - replicou Deus.

- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.

- Só se escolher. Na verdade não há nada de que deva ter medo, a não ser que assim o decida. Porque estamos inventando tudo. Estamos fingindo.

- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

Depois Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.
- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é - disse Deus. Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus -quando estiver rodeada de escuridão, não levante o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão.
"Seja antes uma Luz na escuridão, e não fique furiosa com ela. Então saberá Quem Realmente É e os outros também o saberão. Deixe que a sua Luz brilhe tanto que todos saibam como você é especial!"

- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.

- Claro! - Deus riu. - Claro que pode! Mas lembre-se de que "especial" não quer dizer "melhor"! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos esqueceram-se disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando você ver que pode ser especial!
.
- Posso ser tão especial quanto quiser!

- Sim, e pode começar agora mesmo - disse Deus, dançando, saltando, rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma - Que parte de especial é que quer ser?
- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. - Não estou entendendo.

- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conhece alguma outra maneira de ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.
- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma - É especial ser prestativa. É especial ser generosa. É especial ser simpática. É especial ser atenciosa com os outros.

- Sim! - concordou Deus - E você pode ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queira ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.

- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - falou a Pequena Alma com grande entusiasmo. - Quero ser a parte especial chamada "perdão". Não é ser especial alguém que perdoa?

- Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.

- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.

- Bom, mas há uma coisa que deve saber - disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação.
- O que é? - suspirou a Pequena Alma.

- Não há ninguém a quem perdoar.

- Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.

- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que você.

- Olhe à sua volta!

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados - de todo o Reino - porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava tendo uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam dizendo.

Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.

- Então, perdoar quem? - perguntou Deus.

- Bem, isto não vai ter graça nenhuma! - resmungou a Pequena Alma

- Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.

E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.

Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:

- Não se preocupe, Pequena Alma, eu vou ajudar-la - disse a Alma Amiga.

- Vai? - a Pequena Alma animou-se. - Mas o que é que você pode fazer?

- Ora, posso dar-lhe alguém a quem perdoar!

- Pode?

- Claro! - disse a Alma Amiga alegremente.

- Posso entrar na sua próxima vida física e fazer qualquer coisa para você perdoar.

- Mas porquê? Porque é que faria isso? - perguntou a Pequena Alma.

- Você, que é um ser tão absolutamente perfeito! Você, que vibra a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para você! O que é que a levaria a diminuir a sua vibração para uma velocidade tal que tornasse a sua Luz brilhante numa luz escura e embaçada? O que é que levaria você, que dança sobre as estrelas e se move pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a se tornar tão pesada a ponto de fazer algo de mal?

- É simples - disse a Alma Amiga. - Faço porque te amo.

A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.

- Não fique tão espantada - disse a Alma Amiga - você fez o mesmo por mim. Não se
lembra? Ah, nós já dançamos juntas, você e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que você não se lembra. Ambas, já fomos o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau - ambas fomos a vítima e o vilão. Encontramo-nos muitas vezes, você e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.

- E assim, - a Alma Amiga explicou mais um bocadinho - eu vou entrar na sua próxima vida física e ser a "má" desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então você pode experimentar-se como Aquela Que Perdoa.

- Mas o que é que vai fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.

- Oh, haveremos de pensar em alguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.
Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, disse numa voz mais calma:
- Mas tem razão acerca de uma coisa, sabe?

- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta “coisa não muito boa”. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.

- Oh, qualquer coisa, o que você quiser! - Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.

- O que é? - perguntou a Pequena Alma- O que é que eu posso fazer por você? É um anjo por estar disposta a fazer isto por mim!

- Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - Interrompeu Deus, - são todas! Lembre-se sempre: Não te enviei senão anjos.

E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.

- O que é que posso fazer por você? - perguntou novamente a Pequena Alma.

- No momento em que eu te atacar e atingir, - respondeu a Alma Amiga - no momento em que eu te fizer a pior coisa que possa imaginar, nesse preciso momento...

- Sim? - Interrompeu a Pequena Alma - Sim?

A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.

- Lembre-se de Quem Realmente Sou.

- Oh, não vou me esquecer! - Gritou a Pequena Alma - Prometo! Lembrar-me-ei sempre
de você tal como a vejo aqui e agora.

- Que bom, - disse a Alma Amiga – porque , sabe, eu vou estar fingindo tanto, que eu própria vou esquecer-me. E se você não se lembrar de mim tal como eu sou realmente, posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, você pode esquecer de Quem É e ficaremos as duas perdidas.Então, vamos precisar que venha outra alma para lembrar às duas Quem Somos.

- Não vamos, não! - Prometeu outra vez a Pequena Alma.

- Eu vou lembrar-me de você! E vou agradecer-la por esta dádiva - a oportunidade que me dá de me experimentar como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.

E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.

E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.
Lembra-te sempre:

- Não te enviei senão anjos”

Nota minha: "Lembrar" dos anjos no formato de "algozes" é uma tarefa complexa principalmente para o EGO. Viver em um universo egóico, nos limita perceber o aprendizado do espírito. Aqui não está apenas a ideia do desapego, mas do APRENDIZADO.
Aprender a : perdoar, respeitar, tolerar, amar, confiar, só pode ser possível na experiência contrária a ação virtuosa do outro. Perdoar quem nos ama? como? Só podemos perdoar a quem nos ataca. E do mesmo jeito nos indagamos: como?
Então, se não há o aprendizado de adquirir tal virtude, desconsideramos os "anjos" vestidos de "algozes" e travamos uma batalha, que ao invés de aprendermos, conquistamos a experiência de julgar e projetar. E o aprendizado fundamental, se esvai pelo ego tomado de poder e delineando ao invés da virtude a ser conquistada, mais um desafio a ser superado, marcado pela dor produzida pelo ego ferido.
Reverenciar nossos "algozes" , nos possibilita, apreciar a nossa LUZ original. Quem está consciente e disposto??????
Claudia Aguiar