Terapia com Amor

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Agosto, mês dos reis e rainhas!



Claudia Aguiar
Começamos mais uma nova semana de agosto!! mês dos leoninos....indivíduos com força, postura de reis.....centro das atenções.Mas o que seria da humanidade se não existissem esses indivíduos para compor a originalidade da vida? Qual a sociedade que não elege seus reis, heróis, mestres para seguir modelos ou ser orientados por eles? É válido até o dia em que cada um possa se descobrir mestre e rei da própria história, onde o personagem principal é sempre a gente mesmo, protagonizando todas as experiências a que nos submetemos.
Somos reis e rainhas dos castelos que construímos , sejam eles realistas ou idealistas. Somos os mestres que intuitivamente reconhece a melhor escolha e sabe o caminho mais feliz para nos sentir inteiros. Somos heróis no enfrentamento de obstáculos e superação das adversidades, matando nossos dragões internos e exteriorizando em uma vida mais plena.Somos cada um, o nosso leão, faminto por viver institivamente a integração com a vida selvagem e pacífica.
As Histórias de cada um tem uma riqueza valorativa, pois extrai delas o melhor que cada um pode oferecer de si para compor as notas que vai criar a grande sinfonia que chamamos de VIDA.
Reis, rainhas, mestres, heróis e heróinas, leoninos e leoninas, fiquem atentos para a MARAVILHOSA História que cada um de vocês promovem junto a esta humanidade, e receba a minha súdita saudação por ter o privilégio de compartilhar e aprender com muitas delas.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As Nobres Mães




Claudia Aguiar
Mais uma vez me deparo com um sentimento de perda de um filho, e esta, está tão próxima...Jaci...
Quando fui tomada pelos sentimentos da perda do filho de Cissa Guimarães, pensando inclusive, como poderia ter ficado tão tocada por alguém que "aparentemente" está tão longe de mim, fisicamente, pessoalmente, socialmente,não tinha me dado conta da frase de Richard Bach" Longe é um lugar que não existe". E não existe mesmo. Pois somos todos interligados aos sentimentos universais: amor, tristeza, alegria, medo...Esta é a nossa verdadeira essência, pois é nesta essência que conseguimos aproximarnos independente de distâncias geográficas ou pessoais.
Nos sentimentos é que nos confudimos uns com os outros e podemos vislumbrar a empatia e entedemos o que se passa na vida de outro alguém.
É no sentimento que o coração pulsa, que o sangue circula, que a garganta engasga, que o estomago arde, a cabeça pesa, o pulmão entristece, os olhos lacrimejam,os músculos tensionam, o intestino empedra, e a gente sabe que estamos vivendo uma dor de alma.
Não tem palavras para amenizar a dor de uma mãe que perde seu filho, não consigo dizer NADA para Jaci, apenas que só o poder do DIVINO pode aplacar o tamanho da dor, pois ELE que nos deu a VIDA, pode mantê-la com todas as adversidades.
Só ELE pode chegar ao âmago e começar a construir um novo sentimento que dê sentido a toda a existência a que somos parte.
Meu sentimento de amor fraterno..SILÊNCIO.

domingo, 1 de agosto de 2010

Alice, o filme da busca de si mesmo



Achei legal este texto criado por Adriana Nogueira sobre a descoberta do feminino e a busca da individuação através da leitura do filme Alice no país das Maravilhas .Já assistiram? senão, seria bom que o visse para ter uma orientação a que o texto se propõe. Reproduzo-o para vcs, bjs Claudia.

Alice no País das Maravilhas: O Filme de 2010
Adriana Tanese Nogueira


Parabéns ao diretor do filme, Tim Burton. A nova Alice no País das Maravilhas tem tudo o que precisamos para dar o salto para o próximo nível psicológico da libertação da mulher. Com apurados efeitos visuais e as mudanças apropriadas à história original, esta sumariza a jornada da heroína rumo à terra das maravilhas.


Este filme lembrou-me de Yentl, um filme dos anos 80, com Barbara Streisand como principal protagonista representando uma moça judia que disfarçou-se de homem para poder seguir seu amor pelo conhecimento. Desta vez, quase trinta anos depois, o que queremos são maravilhas. Queremos frescor, supresa e encantamento. Não estamos mais satisfeitas com o velho conhecimento de sempre, que, a propósito, é feito pelos graves e rígidos estudiosos homens. Este não é o caminho feminino. Aquilo foi seu começo, a prehistória da libertação das mulheres. Para poder avançar, as mulheres agora devem libertar-se das correntes internas que as seguram, e entrar no país das maravilhas.



Vamos analisar o filme para compreender o padrão da jornada interior das mulheres.


Para começar, Alice tem um pai visionário. Como escrevi recentemente (Anima e Animus. Nossos país dentro de nós), a figura paterna representa o mundo das idéias para a garota. Tendo uma mente inventiva, o pai de Alice endossa os estranhos sonhos da filha. “As pessoas loucas são sempre as melhores”, ele acrescenta. E isto é verdade, pois as novas idéias frequentemente parecem loucuras, mas sem elas estaríamos todos ainda na Idade da Pedra Lascada. Agora, saber disso na forma de uma afirmação geral é uma coisa; outra totalmente diferente é viver esta realidade numa vida de pessoa normal. Qualquer pessoa diferente de seu ambiente sabe o quanto é difícil confiar em si e manter firme a própria visão das coisas. Assim Alice.



Não é suficiente sentir-se diferente do modelo social de um determinado momento histórico. Quando uma mulher deixa a infância e entra no mundo adulto onde ela tem que tomar decisões e definir sua vida, ter tido uma criação propícia lhe dá o forte sentimento de desconforto no assim chamado mundo “apropiado” - que é o jeito tradicional e embolorado de ser que vai adiante por inércia. Chega a hora em que uma garota precisa falar por si mesma e defender quem é.


Vamos dizer a verdade. Este é o momento de encarar o próprio mundo interior, não sonhos e fantasias, mas o real, verdadeiro e poderoso mundo interior, que clama sua existência e sua própria lógica. Sem fazer isso, a única escolha que uma mulher tem é o de encaixar-se em papeis pré-estabelecidos e desistir de sua unicidade.



Alice, que é esquisita o suficiente para seguir o coelho/sua imaginação, começa sua jornada. O processo consiste em dois aspectos interconexos: a descoberta de quem é e o tornar-se corajosa. Quem ela é significa o que ela sempre foi mas perdeu ou esqueceu por causa da ocorrência de crescer num ambiente social onde é dito às crianças como devem pensar, comportar-se e sentir. Na educação tradicional (seja na família que na escola), desenvolvimento coincide com ser formatados em moldes pré-determinados dando pouca atenção ao que a criança é dentro de si mesma. Os papeis sociais são lentos assassinos a sangue frios.


O filme mostra a dúvida a respeito de Alice: é ela a verdadeira Alice ou somente uma impostora? Este é a idéia principal como é nossa questão central na vida: somos reais? Ou só palhaços fingindo ser aquilo que exibimos a todos? Somos verdadeiros e confiáveis? Vamos conseguir?



Para ajudar Alice a encontrar a si mesma, a história desdobra-se entre medo e compaixão. Mais e mais, Alice vai se dando conta que depende dela a salvação de seus queridos, primeiro de todos o Chapeleiro Louco - a representação das idéias malucas que ela andou chocando por toda sua vida. O Chapeleiro Louco é seu Animus, que pôde existir tão colorido e imprevisível graças ao apoio do pai de Alice. E Alice precisa salvá-lo.


Isto lembra-me um sonho que eu tive nos meus primeiros anos de análise pessoal. Tinha cerca de 18 anos na época. O sonho começa comigo conversando com um rapaz perto de um carro. Depois o sigo para dentro de um edifício. Encontro-me num apartamento em andar alto, onde vive uma família normal, comum. Descubro que há um homem louco trancado no banheiro. Ele tem sido mantido lá há muito tempo. O banheiro é o lugar onde nos limpamos e descarregmos as partes de nós não quistas. Liberto o homem. Ele vai a uma janela próxima que está aberta. Ficamos lá e eu olho para ele. Ele fixa a distância, daí pega um telescópio e olha além do mar, muito além. Esta era sua loucura: ele podia ver além das interpretações e compreensões da vida superficiais. Sua vista é profunda e não convencional. Como sabemos, esta visão é altamente desconfortável para aqueles que preferem “manter quieto”, e temem perguntas.


Salvar o Chapeleiro Louco significa, para Alice, comprometer-se consigo mesma e com a tarefa que ela tem adiante: soltar sua vida de qualquer pensamento julgador. E aqui entra a diferença entre a Rainha Vermelha e a Branca. A primeira é o aspecto negativo do arquétipo da mãe, a mulher patriarcal que inflacionou sua cabeça com idéias repetitivas. Ela impõe dogmas, crenças não-questionáveis a suas crianças e a todos que estiverem à sua volta. O resultado é gente falsa e covarde. Por causa dela, o Chapeleiro é Louco e todo Animus Criativo vive trancado nos banheiros das casas das famílias respeitáveis. A Rainha Vermelha representa a consciência coletiva, com inteligência tão encolhida quanto inchados são seus pensamentos manipuladores. Ela também mostra belamente a ambiguidade do amor. Em nome do amor, escorreu sangue nas guerras e lágrimas no desespero.


A Rainha Branca, do outro lado, é simplesmente a Bruxa que desafia a histórica idéia patriarcal sobre bruxas vestidas de preto e sendo más. Ela é o Feminino não submetido à lógica patriarcal. Foi posta de lado, não destruída, mas vive num mundo separado. É aqui que Alice encontra seu tamanho certo - nem muito reduzida, nem muito inflacionada -, e suporte. Aqui é a terra que dá raízes à Nova Mulher.


Chegar à Rainha Branca não é suficiente. Falta lutar contra o monstro. Esta é uma luta real que toda mulher tem que assumir se quiser seguir sua alma. Enquanto ato real no mundo, este requer coragem. Para vencer o monstro Alice precisa da espada. Espadas são o símbolo do pensamento discriminador, uma das coisas mais preciosas que há. Sem ele, a coragem é vaidade e cegueira.


Uma garota pode instintivamente rejeitar uma situação como perigosa para sua personalidade. Entretanto, uma mulher deve ir além disso, ela precisa saber porque ela não gosta a fim de poder tomar as decisões apropriadas. Esta é a espada ao trabalho: ela distingue e separa. Torna sentimentos fortes e obscuros em idéias afiadas e em límpida visão acerca da vida. Assim fazendo, Alice encontra sua identidade e a filosofia de sua existência.


Com esta espada Alice luta contra o monstro. A face feia da consciência coletiva que impõe papeis e valores, que tenta moldar e julgar, diminuir e barganhar, manipular e destruir a criatividade. A luta com espada é diferente daquela com a clava, como as que Hércules fazia golpeando de todos os lados como um maluco (não é uma coincidência que ele ficou realmente louco numa ocasião). A espada representa uma luta sofisticada e consciente, baseada na inteligência e que também exige coragem e determinação.



Golpe final, “E corto tua cabeça,” diz Alice, baixando a espada no longo pescoço do monstro. A batalha está vencida. Agora ela está livre. Para que? Precisamente, livre de dizer não aos papeis tradicionais e livre para dar início à jornada de sua vida. Única, preciosa e totalmente individualizada. E aqui, a metamorfósis está completa.