Terapia com Amor

quarta-feira, 21 de outubro de 2009


PROCURANDO AS RAÍZES DA COMPAIXÃO

Tenzin Gyatso, o XIV Dalai Lama, incentivou o público no auditório lotado de Kresge, na quinta-feira dia 30 de abril, a trabalhar para um mundo mais compassivo, enfatizando que uma vida com mais amor e ética pode ser baseada em qualquer religião ou em nenhuma.

Nesta segunda visita ao MIT, o Dalai Lama inaugurou um novo centro criado em seu nome: O Centro Dalai Lama para a Ética e a Transformação de Valores, o qual faz parte do Departamento de Religião do MIT. Este Centro patrocinará, junto aos membros da comunidade MIT, a exploração de valores espirituais, éticos e religiosos, e será dirigido pelo monge budista do MIT, Tenzin Priyadarshi.

O Dalai Lama disse no seu discurso: “A compaixão e um coração aberto é uma capacidade que temos desde o nosso nascimento. E deve ser possível aumentar esta capacidade”. Disse também que todos os seres humanos têm uma capacidade inata, de base biológica, para um certo nível de compaixão, mas isso é limitado. No entanto, existe um nível mais elevado _ uma “tendência infinita, sem limites, para a compaixão.” Isso vem de uma “semente biológica”, ele disse, mas “existe um potencial para aumentar isso”, exatamente como o conhecimento pode ser aumentado através da educação.

Se as pessoas não tiverem crenças religiosas, disse o Dalai Lama, seus sentimentos éticos e compassivos “não estarão vindo de uma idéia de alguma religião mas simplesmente da sua natureza.” Atualmente, a maioria das pessoas, disse, não é muito séria em relação a religião, mesmo que visitem ocasionalmente uma igreja, uma mesquita ou um templo. “A maioria dos 6 bilhões de pessoas no planeta, acredito, pode se contar como não-praticantes. Devemos encontrar maneiras e formas de promover estes valores” éticos e compassivos entre os não-religiosos, ele disse.

Ele disse que algumas pessoas vêem a não-religiosidade como “a rejeição de todas as religiões, outros dissem que a não-religiosidade significa respeito por todas as religiões.” Ele disse também que, “Espero que isto não seja a rejeição de qualquer religião. Não existe razão para rejeitar todas as religiões.” Todas as grandes religiões ensinam “perdão, tolerância, respeito – ninguém argumentaria que isto é ruim.”

“Eu diria que não-religiosidade significa um igual respeito por todas as religiões – sem preferências por esta ou aquela religião. Eu sou budista: da minha perspectiva o Budismo é o melhor, mas isso não significa que o Budismo é o melhor para todos.” Ele é melhor “para minha prática, minha tradição, e isso é tudo. Eu respeito, genuinamente, o Cristianismo, o Islamismo, o Judaismo... Eu realmente respeito todas as religiões. Eu também respeito as pessoas não-religiosas.”

O Dalai Lama falou por cerca de 45 minutos antes de responder as perguntas do público presente. Quando lhe perguntaram como ele agiria se seu trabalho o obrigasse a lidar com armas, o Dalai Lama respondeu que “o nosso objetivo deveria ser de desmilitarizar o mundo, espero que o mais tardar neste século.” Até que isso seja possível, ele disse, este tipo de decisão pessoal será difícil de fazer, mas enfatizou que a violência não vem das armas mas sim dos seus usuários. “Portanto eu sempre sugiro um desarmamento interior”, ele disse. “O desarmamento interior é fácil de se conseguir. O externo, é muito difícil.”

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